18/01/2015, 00:53 |
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noti...toria.html
"2014 foi o ano mais quente da história"
(...)Os cientistas ficaram surpresos pelo recorde de calor ter acontecido em ano sem o fenômeno do El Niño que, dizem os cientistas, tem grandes chances de ocorrer em 2015, o que elevaria ainda mais a temperatura na Terra.(...)
Bem, agora vejamos as entrelinhas de como o NOAA (a agência de oceanos e atmosfera citada na notícia) chegou a essa afirmação bombástica.
Com relação às temperaturas de superfície, vejam o destacado pelo relatório do NOAA:
http://www.ncdc.noaa.gov/sotc/global/2014/13
"The year 2014 was the warmest year across global land and ocean surfaces since records began in 1880. The annually-averaged temperature was 0.69°C (1.24°F) above the 20th century average of 13.9°C (57.0°F), easily breaking the previous records of 2005 and 2010 by 0.04°C (0.07°F)."
Claro, os destaques globais feitos na grande mídia e demais papagaios alarmistas foi nisso. Alguns podem ir um pouco além no que foi escrito no relatório, mas poucos se aventuram além disso.
Após informar que a "temperatura média anual foi de 0,69 °C (1,24 °F) acima da média do século 20 de 13,9 °C (57,0 °F), o NOAA esclarece que a anomalia da temperatura global da superfície foi de "0,69 ± 0,09 °C ". Pois é, descobrimos que o novo recorde de alta de 0,04 °C tem uma margem de incerteza de +/- 0,09 graus...
Prosseguindo na página chegamos a parte de Informações Complementares, onde a matemática tortuosa do clima nos envia um beijo cálido:
http://www.ncdc.noaa.gov/sotc/global/201...tal/page-1
Levando em conta a incerteza e assumindo que todos os anos (1880-2014) na série temporal são independentes, a chance de 2014 ser o mais quente da história é de... 48%. E por sua própria tabela, isso é "mais improvável do que provável". Curiosamente, ele omitiu isso da página principal do seu relatório.
Mas vamos em frente (ou para trás, de volta a página principal do relatório), pois este fascinante mundo de espelhos e omissão ainda não terminou.
"Esta é a primeira vez desde 1990 que o recorde de temperatura foi quebrado na ausência de condições de El Niño".
Segundo o diagrama Hovmoller ( http://www.cpc.ncep.noaa.gov/products/GO...ntad.shtml ) havia condições de El Niño por boa parte de 2014:
Além disso, a Agência Meteorológica do Japão assinalava que as condições de El Niño existem desde junho. O que se reflete em notícias assim:
http://www.alternativa.co.jp/Noticia/Vie...iz-Agencia
"Japão poderá ter inverno ameno após formação do El Niño, diz Agência"
(...)A temperatura da superfície do Oceano Pacífico ficou maior do que o normal em quase todas as áreas(...)
Por seguinte, na melhor das hipóteses, o NOAA omitiu o fato de que os dados indicam condições de El Niño existentes ao longo do Pacífico equatorial, fora da região que eles usam como índice ENSO.
"2014 foi o ano mais quente da história"
(...)Os cientistas ficaram surpresos pelo recorde de calor ter acontecido em ano sem o fenômeno do El Niño que, dizem os cientistas, tem grandes chances de ocorrer em 2015, o que elevaria ainda mais a temperatura na Terra.(...)
Bem, agora vejamos as entrelinhas de como o NOAA (a agência de oceanos e atmosfera citada na notícia) chegou a essa afirmação bombástica.
Com relação às temperaturas de superfície, vejam o destacado pelo relatório do NOAA:
http://www.ncdc.noaa.gov/sotc/global/2014/13
"The year 2014 was the warmest year across global land and ocean surfaces since records began in 1880. The annually-averaged temperature was 0.69°C (1.24°F) above the 20th century average of 13.9°C (57.0°F), easily breaking the previous records of 2005 and 2010 by 0.04°C (0.07°F)."
Claro, os destaques globais feitos na grande mídia e demais papagaios alarmistas foi nisso. Alguns podem ir um pouco além no que foi escrito no relatório, mas poucos se aventuram além disso.
Após informar que a "temperatura média anual foi de 0,69 °C (1,24 °F) acima da média do século 20 de 13,9 °C (57,0 °F), o NOAA esclarece que a anomalia da temperatura global da superfície foi de "0,69 ± 0,09 °C ". Pois é, descobrimos que o novo recorde de alta de 0,04 °C tem uma margem de incerteza de +/- 0,09 graus...
Prosseguindo na página chegamos a parte de Informações Complementares, onde a matemática tortuosa do clima nos envia um beijo cálido:
http://www.ncdc.noaa.gov/sotc/global/201...tal/page-1
Levando em conta a incerteza e assumindo que todos os anos (1880-2014) na série temporal são independentes, a chance de 2014 ser o mais quente da história é de... 48%. E por sua própria tabela, isso é "mais improvável do que provável". Curiosamente, ele omitiu isso da página principal do seu relatório.
Mas vamos em frente (ou para trás, de volta a página principal do relatório), pois este fascinante mundo de espelhos e omissão ainda não terminou.
"Esta é a primeira vez desde 1990 que o recorde de temperatura foi quebrado na ausência de condições de El Niño".
Segundo o diagrama Hovmoller ( http://www.cpc.ncep.noaa.gov/products/GO...ntad.shtml ) havia condições de El Niño por boa parte de 2014:
Além disso, a Agência Meteorológica do Japão assinalava que as condições de El Niño existem desde junho. O que se reflete em notícias assim:
http://www.alternativa.co.jp/Noticia/Vie...iz-Agencia
"Japão poderá ter inverno ameno após formação do El Niño, diz Agência"
(...)A temperatura da superfície do Oceano Pacífico ficou maior do que o normal em quase todas as áreas(...)
Por seguinte, na melhor das hipóteses, o NOAA omitiu o fato de que os dados indicam condições de El Niño existentes ao longo do Pacífico equatorial, fora da região que eles usam como índice ENSO.