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Tópico em 'Vale tudo' criado por M3troid em 01/01/2024, 00:01.
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1862 respostas neste tópico
 #1.051
(02/09/2024, 21:55)Lucius Auri Escreveu: Ué, pensar na família é pensar na nação, pois a família é o grupo social mais básico de uma nação. A nação começa na família, depois na municipalidade (município, com suas culturas locais), logo depois vem os estados federativos (com suas culturas estaduais) e por fim o Estado-Nação em si, que engloba todas esses grupos menores na idéia de país. E para interagir com todos esses grupos, desde o menor até o maior, o Estado dá fomentos e investimentos na área cultural (bibliotecas, teatros, eventos esportivos, etc...) e de mídias populares. E para interagir com esses grupos não é necessário gastar um centavo sequer, bastando ter espírito de solidariedade e cooperação para interagir e ter intercâmbio cultural e de informação com esses grupos.

Não é. Pensar em brasília não é pensar na minha família, pensar na amazônia não é pensar na minha família, pensar em ir pra Rondônia levar tiro para defender a "nação" de uma invasão Venezuelana não é pensar na minha família.

Sabe o que é pensar na minha família? Pensar na minha casa e por onde meus familiares andam, pensar no meu trabalho e dos meus familiares, pensar na minha igreja e nos lugares que visito com meus familiares, pensar em pegar um avião e se mandar daqui caso uma merda grande esteja se aproximando. Isso é pensar na família. A minha cidade não é minha família, menos ainda a UF, o que dirá o Brasil.

Se eu ando em outro bairro não reconheço 99% das pessoas que transitam nas ruas, que família de desconhecidos é essa? Na minha família só há gente conhecida e que tem contato íntimo comigo, o que sai desse escopo eu chamo de estranho.

Lula e Bolsonaro não são a minha família, o funcionário da receita federal não é a minha família, Haddad e Guedes não são da minha família, o fiscal do Detran não é a minha família, o crakudo da boca de fumo não é a minha família, ninguém de Foz do Iguaçu é da minha família.
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 #1.052
(02/09/2024, 22:34)JJaeger Escreveu: Não é. Pensar em brasília não é pensar na minha família, pensar na amazônia não é pensar na minha família, pensar em ir pra Rondônia levar tiro para defender a "nação" de uma invasão Venezuelana não é pensar na minha família.

Sabe o que é pensar na minha família? Pensar na minha casa e por onde meus familiares andam, pensar no meu trabalho e dos meus familiares, pensar na minha igreja e nos lugares que visito com meus familiares, pensar em pegar um avião e se mandar daqui caso uma merda grande esteja se aproximando. Isso é pensar na família. A minha cidade não é minha família, menos ainda a UF, o que dirá o Brasil.

Se eu ando em outro bairro não reconheço 99% das pessoas que transitam nas ruas, que família de desconhecidos é essa? Na minha família só há gente conhecida e que tem contato íntimo comigo, o que sai desse escopo eu chamo de estranho.

Lula e Bolsonaro não são a minha família, o funcionário da receita federal não é a minha família, Haddad e Guedes não são da minha família, o fiscal do Detran não é a minha família, o crakudo da boca de fumo não é a minha família, ninguém de Foz do Iguaçu é da minha família.

Em última instância, como somos homens, nós compartilhamos a mesma dignidade. Mas exige um nível alto de abstração até chegar o ponto de nação. E como nações grande, como o Brasil, se formam de maneira muito centralizadora, é natural que haja muita burocracia e corrupção, é por isso que modelos que permitem modos governamentais menores e com instituições intermediárias fortes tendem a arrefecer essa dualidade indivíduo e comunidade em sentido mais geral possível.

As ações se expandem a partir de círculos, mas acreditar que um governo central dá conta disso... eu não acredito nisso, viu.

O melhor é que as sociedades se governem e criem suas próprias mediações. O Taleb acredita que o futuro é a volta das cidades-estado em modelo parecido ao que existia antes de Alexandre (pelo o que eu entendi). Não sei se é possível, mas é mais humano do que o estado leviatã atual.
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 #1.053
A família está contida na nação (seja lá o que isso for), mas pensar na família não está diretamente relacionado a pensar na nação. Na pandemia, o "correto" segundo a lei positivada era entregar as pessoas que estivessem furando o lockdown, se eu penso na família, eu fico na minha, se eu penso na nação, eu deduro todo mundo pra polícia como muitos retardados fizeram denunciando os próprios pais. Quem pensou na nação, entregou os judeus no terceiro reich, quem pensou na família, ou fugiu daquela latrina ou fez o que podia pra não foder a própria vida nem a de outrem.

(02/09/2024, 22:42)Lonely Escreveu: Em última instância, como somos homens, nós compartilhamos a mesma dignidade. Mas exige um nível alto de abstração até chegar o ponto de nação. E como nações grande, como o Brasil, se formam de maneira muito centralizadora, é natural que haja muita burocracia e corrupção, é por isso que modelos que permitem modos governamentais menores e com instituições intermediárias fortes tendem a arrefecer essa dualidade indivíduo e comunidade em sentido mais geral possível.

As ações se expandem a partir de círculos, mas acreditar que um governo central dá conta disso... eu não acredito nisso, viu.

O melhor é que as sociedades se governem e criem suas próprias mediações. O Taleb acredita que o futuro é a volta das cidades-estado em modelo parecido ao que existia antes de Alexandre (pelo o que eu entendi). Não sei se é possível, mas é mais humano do que o estado leviatã atual.

Eu estaria mais confortável de chamar de familiares pessoas que moram numa mesma vila e se conhecem, passou disso, vira outra coisa. Seja lá o que essa outra coisa seja, quanto menos ela mandar na minha vida, melhor.
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 #1.054
(02/09/2024, 22:42)JJaeger Escreveu: Eu estaria mais confortável de chamar de familiares pessoas que moram numa mesma vila e se conhecem, passou disso, vira outra coisa. Seja lá o que essa outra coisa seja, quanto menos ela mandar na minha vida, melhor.

Pessoas que participam de uma mesma Igreja, por exemplo, etc. Os Estados Unidos foi construído assim, você tinha uma Igreja no centro e uma comunidade ao redor. O problema, isso foi percebido no início, é que sem um estado central, eles seriam vítimas de outras nações. Existe uma discussão entre os americanos de séculos acerca disso.

É de difícil resposta, mas do ponto de vista individual, a maneira como descrevi acima é mais humana.
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 #1.055
(02/09/2024, 22:51)Lonely Escreveu: Pessoas que participam de uma mesma Igreja, por exemplo, etc. Os Estados Unidos foi construído assim, você tinha uma Igreja no centro e uma comunidade ao redor. O problema, isso foi percebido no início, é que sem um estado central, eles seriam vítimas de outras nações. Existe uma discussão entre os americanos de séculos acerca disso.

É de difícil resposta, mas do ponto de vista individual, a maneira como descrevi acima é mais humana.

Não tenho propriedade para discutir isso, não estudo a história dos Estados Unidos, nem me proponho a dar soluções para problemas complexos que envolvam grandes grupos de pessoas. O que eu sei é a priori quanto menos o Lula subtrair da minha vida melhores são as minha condições de ação prática. Se a Venezuela vai invadir a Rondônia por causa disso, não faço a menor ideia, eu não prevejo o futuro, mas caso aconteça pretendo fugir de avião ou barco. A minha única forma de ação é individual, se um orador me convencer que ficar e lutar por Rondônia me beneficia no médio ou longo prazo, eu fico, se eu entender que não, eu me mando e tento levar junto quem eu conseguir.

Não é a toa que nas guerras quem vai pra linha de frente é jovem, os mais velhos ou fugiram ou estão dando ordens. Quanto mais fácil você for de convencer que morrer numa trincheira irá salvar sua irmã que está a 100km de distância de sua posição atual, mais suscetível você é pra ser um bom soldado.
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 #1.056
(02/09/2024, 23:03)JJaeger Escreveu: Não tenho propriedade para discutir isso, não estudo a história dos Estados Unidos,

Você deveria dar uma olhada, principalmente na primeira geração. Os Estados Unidos foram fundados por refugiados, eram protestantes que fugiram da confusão europeia. Para fugir da confusão europeia, as guerras religiosas, eles criaram modos de organização social menores, que permitissem que as diferentes vertentes não se matassem.

Só que eles esbararam com esse tipo de problema: como lidar com nações maiores (como a Inglaterra, etc). Eles não resolveram todos os problemas, mas executaram muitas soluções que são interessantes e consonantes com o que é discutido aqui.

(02/09/2024, 23:03)JJaeger Escreveu: O que eu sei é a priori quanto menos o Lula subtrair da minha vida melhores são as minha condições de ação prática. Se a Venezuela vai invadir a Rondônia por causa disso, não faço a menor ideia, eu não prevejo o futuro, mas caso aconteça pretendo fugir de avião ou barco. A minha única forma de ação é individual, se um orador me convencer que ficar e lutar por Rondônia me beneficia no médio ou longo prazo, ou fico, se eu entender que não, eu me mando ou tento me mandar junto com quem eu conseguir levar comigo.

Eu entendi.
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 #1.057
(02/09/2024, 23:08)Lonely Escreveu: Você deveria dar uma olhada, principalmente na primeira geração. Os Estados Unidos foram fundados por refugiados, eram protestantes que fugiram da confusão europeia. Para fugir da confusão europeia, as guerras religiosas, eles criaram modos de organização social menores, que permitissem que as diferentes vertentes não se matassem.

Só que eles esbararam com esse tipo de problema: como lidar com nações maiores (como a Inglaterra, etc). Eles não resolveram todos os problemas, mas executaram muitas soluções que são interessantes e consonantes com o que é discutido aqui.


Eu entendi.

Eu conheço a história dos peregrinos, mas o que os levou a solidificar os EUA ainda me é uma incógnita e você tem razão, eu deveria estudar mais isso. Se tiver um documentário massa pra me recomendar...
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 #1.058
(02/09/2024, 23:14)JJaeger Escreveu: Eu conheço a história dos peregrinos, mas o que os levou a solidificar os EUA ainda me é uma incógnita e você tem razão, eu deveria estudar mais isso. Se tiver um documentário massa pra me recomendar...

Documentário eu não tenho, mas recomendo que você estude a vida de três personagens: George Washington, John Adams e Thomas Jefferson. Se puder estudar desde os peregrinos, ótimo, mas se você estudar a vida desses três vai te dar uma boa ideia de quem eram essas pessoas, quais eram seus objetivos e com quais problemas eles estavam lidando.
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 #1.059
(02/09/2024, 23:15)Lonely Escreveu: Documentário eu não tenho, mas recomendo que você estude a vida de três personagens: George Washington, John Adams e Thomas Jefferson. Se puder estudar desde os peregrinos, ótimo, mas se você estudar a vida desses três vai te dar uma boa ideia de quem eram essas pessoas, quais eram seus objetivos e quais problemas eles estavam lidando.

Você trabalha com história? Documentário ainda vai, mas ler essas paradas já não tenho tanto saco quanto você parece ter. Prefiro ler Light Novel HAHA!
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 #1.060
(02/09/2024, 23:21)JJaeger Escreveu: Você trabalha com história? Documentário ainda vai, mas ler essas paradas já não tenho tanto saco quanto você parece ter. Prefiro ler Light Novel HAHA!

Não, quando o PT ganhou, eu comecei a estudar com mais afinco ciência política. Por inúmeras razões, eu fui estudar o nazismo e compará-lo com a revolução americana, para saber porque a primeira deu tão errada e a segunda tão certo. Uma das razões é que a primeira geração americana era muito moral e realmente queriam criar um estado a partir da lei natural. Enquanto o nazismo era loucura.

Enfim, não dá para entrar em detalhes, mas quando você estuda a vida desses personagens, essas questões ficam muito claras. Por exemplo, o Adams e Jefferson foram a primeira ''polarização'' na história americana.
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