Military Thread - 2022-2023

Tópico em 'Vale tudo' criado por rapier em 31/12/2021, 22:04.
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1128 respostas neste tópico
 #291
Uma proposta foi apresentada no parlamento da Rússia para restaurar a fronteira da antiga província de Táurida (coisa antiga, da Rússia czarista), que, além da Crimeia, incluiria o território ucraniano ao norte da península (imagem abaixo). Esta é uma novidade porque a Rússia até agora só mencionou a Crimeia e as repúblicas de Donbass nas negociações.

[Imagem: QHdKExj.jpg]

Uma noticia de ontem que me passou despercebida é que a Rússia nomeou o general Alexander Dvornikov, com experiência na Síria, para comandar as operações na Ucrânia.

O objetivo primário possivelmente é melhorar a coordenação de suas forças, que até então não foi das melhores.
 #292
Parece que um dos cruzadores da Rússia foi desnazificar peixes no fundo do mar negro.

HAHA!

Estão dizendo que é o navio que abordou uma base numa ilha ucraniana ni início da guerra e tomou um "vai se foder" dos soldados lotados naquela ilha.

O último cruzador a ser afundado foi o Argentino ARA General Belgrano na guerra das malvinas há 40 anos.

Se confirmado mesmo que o cruzador russo afundou, é um feito e tanto.
 #293
Sobre o cruzador da classe Slava que foi danificado ou talvez mesmo afundado...

Ele tem cerca de 40 anos e os mísseis Kalibr atingindo a Ucrânia não vem dele. Aliás, em 2018 este navio esteve perto de virar sucata, mas foi finalmente reparado em um estaleiro na Crimeia. A possibilidade de empregar essas instalações certamente pesou na decisão de mantê-lo em serviço. Além dos atrasos na fabricação do seu sucessor.

É um navio criado para combater outros navios. E portanto seus mísseis P-1000 não foram usados na guerra. E embora seus mísseis S-300F sejam utéis para fornecer cobertura aérea ou simplesmente negar o espaço aéreo para o adversário, a Crimeia é logo ali.

Então fora o upgrade na moral ucraniana e downgrade na moral russa, na prática ele deve fazer pouca diferença na guerra.

De todo modo, na época que ele foi incorporado a marinha soviética, a guerra das Malvinas já devia ter ensinado a todo mundo o quão vulnerável são os navios e as medidas que precisavam ser tomadas para protegê-los. E era de conhecimento público que a Ucrânia possuia mísseis anti-navio. Então se os russos baixaram sua guarda a ponto do navio ser atingido por mísseis, a culpa é deles próprios.
 #294
Aparentemente essa é a última imagem pública de alta resolução do Moskva, 10 de abril de 2022:

[Imagem: 51b36sl.jpg]

Em direção a proa se vê os lançadores de mísseis distribuidos em pares, tão caracteristicos da classe Slava. São misseis anti-navio supersônicos, podendo carregar ogivas convencionais ou nucleares. Durante a Guerra Fria se supunha que - caso se tornasse Quente - usaria as versões com ogiva nuclear contra os grupos de porta-aviões americanos.

Como a Ucrânia é virtualmente desprovida de marinha e estamos falando de um mar confinado como o mar Negro onde navios desse porte são vulneráveis, na prática ele só servia para ajudar a ameaçar Odessa. Não que ele pudesse ajudar muito além do seu canhão de 130 mm e defesa AA.

Agora resta ver se os russos vão manter a ameaça latente de ataque anfibio a Odessa ou vão ajeitar seus planos para a nova realidade.
 #295
Desde o colapso da antiga União Soviética e posterior caos econômico, os russos vem demonstrando cada vez mais usar seu arsenal nuclear como muleta para compensar o tamanho e qualidade de suas forças convencionais.

Na revisão mais recente da doutrina operacional das forças nucleares russas, datada de 2020, a Rússia se dava o direito de usar armas nucleares quando "a própria existência do Estado está em perigo"; e esse perigo poderia vir de armas convencionais.

Fora isso, havia os outros fatores habituais, como "dados confiáveis ​​sobre um lançamento de mísseis balísticos atacando o território da Federação Russa e/ou seus aliados" e em resposta ao "uso de armas ou outros tipos de armas de destruição em massa por um adversário contra a Rússia e/ou seus aliados".

Assim como em declarações oficiais anteriores, essa doutrina operacional não demonstrava o uso preventivo de armas nucleares durante conflitos convencionais. Mas deixava em aberto se a Rússia escalaria para o uso de armas nucleares se estivesse perdendo uma guerra convencional que colocasse em perigo o "Estado". Sendo passível de especulação que o Putin se considera o próprio Estado russo.

De todo modo, sobre o risco de radiação residual de uma explosão nuclear...
Existem mais de 300 produtos de fissão diferentes que podem resultar de uma explosão nuclear. Esses produtos possuem meias-vidas amplamente diferentes. Alguns são muito curtos, ou seja, frações de segundo, enquanto alguns são longos o suficiente para que os materiais possam ser perigosos por meses ou anos.

Na hipótese que façam uso somente de bombas nucleares táticas e que as explosões ocorram em altitude para maximizar a destruição na superficie, o fallout será irrisório e apenas uma pequena área ao redor do marco zero pode se tornar perigosa a médio/longo prazo como resultado da exposição dos minerais no solo à radiação inicial de nêutrons.

Aliás, falando em marco zero, embora as pessoas próximas ao marco zero possam receber doses letais de radiação, elas estão sendo simultaneamente mortas pela onda de choque e pelo calor. Em armas nucleares típicas, apenas uma proporção relativamente pequena de mortes e ferimentos resulta da radiação inicial.

De todo modo, se a intenção é usar armas nucleares táticas contra alvos mais robustos e/ou subterrâneos, a precipitação radioativa pode se espalhar por vários km. Mas considerando a potência delas, a maioria das partículas maiores não subirão para a estratosfera e, consequentemente, voltarão para o solo em algum momento das próximas 24 horas. O quanto irá se espalhar neste periodo de tempo vai depender da geografia local e das condições atmosféricas.
 #296
Embora o foco seja nas perdas russas que são mais chamativas... ainda que esteja longe dos holofotes, as perdas materiais no lado ucraniano também são elevadas.
Mesmo eu não prestando muita atenção nos últimos dias por estar jogando ou lendo mangá/LN, dá para perceber nas entrelinhas que os ucranianos estão tendo perdas significativas.

Um velho tanque T-64BV pode não chamar atenção como um navio da classe Slava, mas não deixa de ser uma perda.
 #297
Circulando fotos de cachorros ucranianos ajudando na função EOD (Explosive Ordnance Disposal).

[Imagem: 2LrTTPh.jpg]

[Imagem: Fsxxga1.jpg]
 #298
Apesar de algumas ressalvas e o atraso na entrega do segundo batalhão de S-400, os jornais indianos indicam que o país não se distanciou de Moscou.

- India receives military supplies from Moscow amid Russia-Ukraine war
https://www.indiatoday.in/india/story/in...2022-04-14

- Putin’s war delays delivery of second S-400 squadron
https://timesofindia.indiatimes.com/indi...867785.cms

O primeiro batalhão de S-400 parece estar operacional perto da fronteira do seu inimigo histórico, o Paquistão. Imagino que o segundo ficará direcionado para a China.

Considerando o timing, é meio óbvio as intenções por trás do ato...

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou o lançamento bem-sucedido de um míssil balístico intercontinental RS-28 Sarmat, também conhecido como Satan II no Ocidente. Este modelo deverá substituir o R-36M (nomeado pela OTAN como SS-18 Satan), e usa propulsão líquida para obter melhor carga útil e alcance.

O lançamento foi feito a partir do cosmódromo de Plesetsk e atingiu seu alvo na Península de Kamchatka, no outro extremo da Rússia. Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos, informou que os testes devem ser concluídos no outono e que o Sarmat iniciará a produção este ano.

 #299
Desde fevereiro a Rússia deve ter usado um minimo de 1.600 mísseis contra a Ucrânia, com estimativa máxima de 1.800.
 #300
Eu não coloco muita fé em palavras turcas pois geralmente há coisas ocultas por trás delas, mas parece que a Turquia anunciou que fechou seu espaço aéreo para a Rússia em direção a Síria. Agora os russos terão que passar pelo Irã para apoiar suas forças na Síria.

Pode ou não ter alguma relação, mas faz algumas semanas que há voos militares frequentes entre Teerã e Moscou.

Dizem por aí que 6 oligarcas russos já morreram suicidados. Às vezes no exterior.

Bem, o Trotski foi assassinado no México em 1940. Quando os russos querem matar alguém em especifico, nenhum lugar é longe demais.

E se alguém que ficou bilionário através do Estado russo pensou que também ganhou poder politico, se enganou.
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