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(28/10/2017, 09:12)
rapier
(28/10/2017, 07:18)Opeth Escreveu: Eu acho bem válido dobrar o óbvio assim e contar a história do jeito que você está a fim e se divertir no processo num meio onde as pessoas exigem cada vez mais explicação pras coisas como se fosse objetivo de ficção ser uma imitação do real e as únicas opções são escolher entre Papa-Léguas ou Arthur Clarke. O Oku é um cara que claramente zomba dessas expectativas e faz mangá pra criar coisas que ele quer ver e não pra agradar um público mainstream como ele já falou em várias entrevistas
O problema é entortar o óbvio em relação à... suspensão de descrença. Inuyashiki é muito variado nesse aspecto, enquanto que outros animes seguem uma rota linear quando o tema é "o quão fictício ou verossímil é meu mundo e personagens".
O problema do autor decidir "ah, isso vai ser realista porque sim" (as reações das pessoas comuns aos atos heróicos do Inuyashiki) e "ah, isso vai ser tirado do rabo porque sim" (o cara conseguir voar em segundos) é que essa bipolaridade de trajeto abala as bases do que eu devo ou não levar a sério na obra. Em vez de a obra ser um avião com rumo certo a Bambuluá ou a Tóquio, é um avião que vive em turbulência porque o piloto sumiu e não tem cruise control: essa incerteza pode até ser a intenção do autor, mas não consegue passar conforto algum ao espectador. Inuyashiki não dá uma base pro cara prever o que vai acontecer (próxima cena vai ser verossímil ou saída do retrofuricular?) e isso pra muitos gera mais insegurança do que diversão. Inuyashiki se esforça pra ficar sempre no abismo da suspensão de descrença.
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(28/10/2017, 09:12)
gangrena
São 2 pessoas normais que viraram androids ultra poderosos.
Como se qualquer um tivesse um plano já traçado para dominar o mundo como em HQ ou fosse um Light Yagami, um é um velhinho normal e o outro é um otaku e adolescente estúpido.
Acho legal isso do autor, mesmo no Gantz boa parte dos personagens caem por acaso na situação e são noobs quanto a tudo e vão aprendendo no decorrer da história as regras do jogo, tanto que o primeiro protagonista é um loser que tinha como objetivo comer a rúiva peituda.
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(28/10/2017, 09:49)
Opeth
28/10/2017, 09:49
(Resposta editada pela última vez 28/10/2017, 09:50 por Opeth.)
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(28/10/2017, 09:12)rapier Escreveu: O problema é entortar o óbvio em relação à... suspensão de descrença. Inuyashiki é muito variado nesse aspecto, enquanto que outros animes seguem uma rota linear quando o tema é "o quão fictício ou verossímil é meu mundo e personagens".
Em vez de a obra ser um avião com rumo certo a Bambuluá ou a Tóquio, é um avião que vive em turbulência porque o piloto sumiu e não tem cruise control: essa incerteza pode até ser a intenção do autor, mas não consegue passar conforto algum ao espectador.
Eu concordo quanto ao efeito que isso tem no espectador, mas o que tô apontando é justamente o desinteresse do autor em atender a essa convenção. Entortar a suspensão de descrença só é um problema porque uma série de histórias ao longo dos anos estabeleceram uma linguagem da forma como histórias são contadas. Exatamente por isso é que se considera quebrar a quarta parede uma péssima prática desde Diderot usada só para criar momentos cômicos, no entanto um auteur como o Kojima fez disso um estilo e conseguiu usar a quebra de suspensão de descrença pra elevar o senso crítico sobre a obra ao te fazer vê-la como o simulacro que é em vez de realidade e igualmente a técnica é usada em séries como House of Cards, para efeito de reflexão e não cômico como foi convencionado. Eu particularmente não vejo mérito em abordar a obra do jeito que o Oku faz pro tipo de história que eu gosto, tanto que já tinha dito que pra mim ele será um anime mediano, mas quanto ao cara fazer o que quiser porque sim eu vejo o mérito da liberdade de experimentação no mangá enquanto plataforma expressão artística que é o que garante a vitalidade do meio e permite que ele se reinvente. É o povo ou a crítica que procura a obra do cara e valida as bizarrices que ele faz, então se trata menos de se forçar a gostar e mais de ver só se te interessa ou pelo que te interessa ou ao menos, se você é interessado no meio em si, tentar entender porque tem tanta gente que gosta. Tem gente interessada o suficiente no trabalho dele pra manter a coisa viva do jeito que é então ele não precisa ter que respeitar a lógica interna da obra como estamos acostumados pois ele não se propõe a jogar esse jogo, você como espectador que inferiu que ele tá tentando obedecer essa regra.
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(29/10/2017, 21:59)
gusyavoo
Assisti o episódio 2... Teve umas cenas "pesadas", hehe.
O vilão, infelizmente vai ser dos piores tipos, sem motivação ou nada parecido, só na base do porque sim.
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(29/10/2017, 22:57)
DeaththeKidd
Tanto textão nesse tópico, não li um bocado ...assisti os 3 episódios, não gostei do Inuyashiki no início, o cara é muito sem moral e isso me deu muita agunia, se isso fosse um drama tinha largado ali mesmo, mas agora ele tá melhorando...esse episódio 2 foi bem tenso, eu queria que o episódio 3 de https://anime-forum.info/showthread.php?tid=2305 tivesse passado metade da tensão desse episódio... O 03 foi resenha o Inuyashiki brigando e cantando astro boy pra voar...
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(29/10/2017, 23:32)
Israfil
(28/10/2017, 07:18)Opeth Escreveu: Fala da cena onde o corpo dele automaticamente rejeita as coisas que ele comeu porque ele não precisa comer? Mas isso aí não precisa saber como funciona pra fazer. O corpo humano faz isso desde sempre com a comida processada e nunca exigiu manual de instrução. Nessa cena ali ele tava querendo se livrar do vapor (provavelmente alguma reação na máquina com o que ele comeu) e ejetou a comida, foi tão sem controle quanto o resto e como eu disse, ele não parece do tipo que entende o que é capaz de fazer. Mas como eu já alertei antes, esse é um péssimo anime pra se buscar sentido nas coisas porque esse autor faz coisas absurdas sem pensar duas vezes só por estar a fim ou achar que seria legal, não vou dar spoiler, mas vai "piorar" muito nesse sentido.
Esse não é o ponto. O ponto é que tomou naquele instante a consciência de que seu braço se transformou em uma arma e momentos depois ele abriu e desdobrou seu corpo inteiro. Quando isso acontece você para e tenta entender, fuça as coisas, testa, experimenta, pois você sabe que não é algo que vai poder ignorar. Nem de longe entrei na questão de expelir dejetos ser um mecanismo automático ou consciente, esse é um problema que só incomoda para atividades mais complexas como a que mencionei que ocorreu no fim do primeiro episódio.
(28/10/2017, 07:18)Opeth Escreveu: O Oku é um cara que claramente zomba dessas expectativas e faz mangá pra criar coisas que ele quer ver e não pra agradar um público mainstream como ele já falou em várias entrevistas
Eu não conheço o autor, sequer assisti ou li Gantz por completo, lembro de ter visto muito pouco relativo ao quão longe me parece que a série foi. Eu estou julgando a obra pelo que eu pessoalmente gostaria dela ou pelo que acho coerente ocorrer nela. Não tenho a menor ideia se os meus gostos são Mainstream ou não. Não sei quais eram as intenções particulares do autor. Não sei se por Gantz ser de um modo significa que Inuyashiki também vai ser.
Falar que o autor não está interessado em X, Y e Z é bom pra contextualizar melhor os pensamentos sobre a obra mas sinceramente já considero que se você precisa de informações exteriores a obra então já existe um sinal de que tem algo errado (e isso é uma opinião pessoal, não uma afirmação categórica). Talvez ele tenha se apegado demais às convenções normais no começo, ou usado sinais ambíguos, para mostrar de modo claro o tipo de obra "diferentona" que pretende criar, sei lá.
E não estou interessado o suficiente no autor pra correr atrás desse framework pelo qual você analisa a obra. O mérito das minhas críticas (como assim o é para todas as críticas) é para quem compartilha e dá valor aos mesmos elementos que eu, e sempre tento deixar claro quais são e de onde vêm meus questionamentos. É mais "eu preferiria que x tivesse acontecido" do que "o autor falhou ao tentar x" pois não sei o que se passa na cabeça do autor e quais são seus reais interesses e objetivos, quando faço esse último tipo de comentário realmente estou ancorando minha opinião a alguma suposição que pode ou não se mostrar errada mas acho que só fiz isso nesse meu último post.
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(30/10/2017, 19:23)
Opeth
30/10/2017, 19:23
(Resposta editada pela última vez 30/10/2017, 19:24 por Opeth.)
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(29/10/2017, 23:32)Israfil Escreveu: Falar que o autor não está interessado em X, Y e Z é bom pra contextualizar melhor os pensamentos sobre a obra mas sinceramente já considero que se você precisa de informações exteriores a obra então já existe um sinal de que tem algo errado (e isso é uma opinião pessoal, não uma afirmação categórica).
Sim, pro que tu quer ver. A obra em si não exige conhecer o autor, eu só comentei do autor porque ele faz as coisas do jeito que faz e pronto, gostar ou não vai de cada um. Você não está errado em apontar esses aspectos e eu nem necessariamente os acho bons por si só, mas como eu disse, defendo o direito do cara fazer o que quiser e quem gostar que goste. As coisas que eu expliquei eu falei pra contextualizar o tipo de obra que é, não justificar as coisas necessariamente. Tu pode querer ver um shounen pelo romance, mas dificilmente é a isso que o gênero se presta pro idealizador. Apesar de não ser um gênero e meu exemplo ter sido extremo, a lógica é bem próxima, o anime desde sempre anuncia o quão absurdo é (na op, no tom, nos eventos)... Daí pra frente só vai ficar mais e mais absurdo. Você pode apontar os problemas disso, claro, mas o que tô falando é que basicamente, pra obra e o que ela tá fazendo, isso não é pensado como problema. Ser bom ou ruim é outros 500.
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(30/10/2017, 19:41)
M3troid
Felizmente a CG do anime não fode os olhos por malfeitice.
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(30/10/2017, 20:13)
Kyyzao
Anime bonito e com um MC 'diferente'. O problema é que o cara é mesmo patético ainda que seja um Homem de Ferro 2.0 a mentalidade e aparência de velho numa pessoa de 58 anos não batem.
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(02/11/2017, 01:53)
Gabrinius
Vi 2 episódios aqui e gostei bem mais do que esperava, principalmente o 1.
Mas o 2 me deixou preocupado que isso vire uma chatice do velho contra o vilãozinho de araque em todos os episódios.
Acho que eu acharia mais legal se fosse tudo como foi o episódio 1.
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