15/03/2017, 11:07 |
Review que escrevi anos atrás:
É preciso admitir que o conceito de Macross é meio simplório. Ainda que haja abundância de combates com os Valkyries, o âmago da franquia sempre tem sido "a música pop salvará a todos nós". Entrementes, esta é apenas uma das coisas exploradas na série Macross Frontier, a primeira série de TV digna desse nome desde, bem, a série original de 1982-83. É importante lembrar que o Macross original foi um "space opera" genuíno, com reviravoltas que beiravam o ridículo teatral, e ainda assim mantinha nossa atenção, episódio após episódio, até um final emocionante. No entanto, sua sequência, Macross 7 é algo indigno e lamentável. Felizmente, Macross Frontier é fiel as origens e não a ovelha negra da família; ainda que algumas pessoas não concordarão com a idéia de colocar um bishounen como piloto. Todavia, apesar da aparência afeminada que lhe deu a alcunha de princesa, às vezes o Alto Saotome é capaz de se mostrar um herói varonil (em ação, com as mulheres é algo a se questionar).
Claro, as verdadeiras estrelas de Macross sempre foram as mulheres. Esta série tem duas. E se o título e letra da canção de abertura não tornar isto óbvio, é bom salientar que haverá o já tradicional triângulo amoroso.
Sheryl Nome é uma superstar, equilibrada e confiante ao extremo da arrogância. Aya Endo (Kajika em Hanasakeru Seishounen) faz um ótimo trabalho de dublá-la como alguém disposto a fazer qualquer coisa para manter o seu destino em suas mãos, mas ainda gentil o suficiente para dedicar algum tempo para ver os outros chegarem aos seus destinos. Contudo, por trás desta confiança existe a vulnerabilidade de alguém que anseia por um relacionamento estável e ela vê essa possibilidade em Alto.
Sua competidora inconsciente é Ranka Lee, que é resgatada da morte certa pelos Vajras por Alto. Apesar de inicialmente tímida, ela idolatra a Sheryl e quer se tornar uma estrela como ela, que é precisamente a estrada que ela acaba seguindo com a ajuda da Sheryl. Ainda assim, apesar de sua admiração pela Sheryl, ela também se sente atraída pelo Alto. Sua dubladora, Megumi Nakajima, esbanja charme e maturidade em seu primeiro trabalho (posteriormente ela fez Sakura Kaede em Kampfer).
E do mesmo modo que a série original, o elenco de personagens é enorme.
Visualmente, Macross Frontier é fenomenal, com design mecânico que faz jus ao nome Macross. Além da animação de batalha bem coreografada, rica em explosões e estilhaços. Mas nem tudo são flores sob a brisa matutina da primavera. Às vezes o character design é por demais simplificado, fazendo os rostos parecerem estranhos. E nem sempre os personagens são corretamente animados.
Mas, isto não seria uma série Macross se não tivesse muita, mas muita música pop. Macross Frontier não é só santificado com vocalistas excepcionais, como também tem a música tema de abertura - Triangler - por Maaya Sakamoto. A música de fundo é absolutamente esplêndida, então tampouco é surpresa ver que Yoko Kanno é a responsável.
Sobre a parte mais importante de qualquer anime - o enredo e a narrativa - Macross Frontier, como qualquer boa ópera, nos mostra cenas dramáticas, coincidências por vezes burlescas e reviravoltas. A ameaça Vajra não surge em todo episódio, mas quando se faz presente, traz a mesma quantia de temor que costumava proporcionar os Zentradi na série original. Existe momentos mundanos como o quase vergonhoso oitavo episódio com a calcinha, e outros nem tanto, como quando a Ranka começa a cantar para ela mesma em um centro comercial, inspirada por um avião de papel lançado por Alto, e acaba no centro de uma multidão, alegrando humanos e Zentradi. Mas é justamente esta jovialidade misturada com o drama de guerra espacial que fez da série original um épico.
É preciso admitir que o conceito de Macross é meio simplório. Ainda que haja abundância de combates com os Valkyries, o âmago da franquia sempre tem sido "a música pop salvará a todos nós". Entrementes, esta é apenas uma das coisas exploradas na série Macross Frontier, a primeira série de TV digna desse nome desde, bem, a série original de 1982-83. É importante lembrar que o Macross original foi um "space opera" genuíno, com reviravoltas que beiravam o ridículo teatral, e ainda assim mantinha nossa atenção, episódio após episódio, até um final emocionante. No entanto, sua sequência, Macross 7 é algo indigno e lamentável. Felizmente, Macross Frontier é fiel as origens e não a ovelha negra da família; ainda que algumas pessoas não concordarão com a idéia de colocar um bishounen como piloto. Todavia, apesar da aparência afeminada que lhe deu a alcunha de princesa, às vezes o Alto Saotome é capaz de se mostrar um herói varonil (em ação, com as mulheres é algo a se questionar).
Claro, as verdadeiras estrelas de Macross sempre foram as mulheres. Esta série tem duas. E se o título e letra da canção de abertura não tornar isto óbvio, é bom salientar que haverá o já tradicional triângulo amoroso.
Sheryl Nome é uma superstar, equilibrada e confiante ao extremo da arrogância. Aya Endo (Kajika em Hanasakeru Seishounen) faz um ótimo trabalho de dublá-la como alguém disposto a fazer qualquer coisa para manter o seu destino em suas mãos, mas ainda gentil o suficiente para dedicar algum tempo para ver os outros chegarem aos seus destinos. Contudo, por trás desta confiança existe a vulnerabilidade de alguém que anseia por um relacionamento estável e ela vê essa possibilidade em Alto.
Sua competidora inconsciente é Ranka Lee, que é resgatada da morte certa pelos Vajras por Alto. Apesar de inicialmente tímida, ela idolatra a Sheryl e quer se tornar uma estrela como ela, que é precisamente a estrada que ela acaba seguindo com a ajuda da Sheryl. Ainda assim, apesar de sua admiração pela Sheryl, ela também se sente atraída pelo Alto. Sua dubladora, Megumi Nakajima, esbanja charme e maturidade em seu primeiro trabalho (posteriormente ela fez Sakura Kaede em Kampfer).
E do mesmo modo que a série original, o elenco de personagens é enorme.
Visualmente, Macross Frontier é fenomenal, com design mecânico que faz jus ao nome Macross. Além da animação de batalha bem coreografada, rica em explosões e estilhaços. Mas nem tudo são flores sob a brisa matutina da primavera. Às vezes o character design é por demais simplificado, fazendo os rostos parecerem estranhos. E nem sempre os personagens são corretamente animados.
Mas, isto não seria uma série Macross se não tivesse muita, mas muita música pop. Macross Frontier não é só santificado com vocalistas excepcionais, como também tem a música tema de abertura - Triangler - por Maaya Sakamoto. A música de fundo é absolutamente esplêndida, então tampouco é surpresa ver que Yoko Kanno é a responsável.
Sobre a parte mais importante de qualquer anime - o enredo e a narrativa - Macross Frontier, como qualquer boa ópera, nos mostra cenas dramáticas, coincidências por vezes burlescas e reviravoltas. A ameaça Vajra não surge em todo episódio, mas quando se faz presente, traz a mesma quantia de temor que costumava proporcionar os Zentradi na série original. Existe momentos mundanos como o quase vergonhoso oitavo episódio com a calcinha, e outros nem tanto, como quando a Ranka começa a cantar para ela mesma em um centro comercial, inspirada por um avião de papel lançado por Alto, e acaba no centro de uma multidão, alegrando humanos e Zentradi. Mas é justamente esta jovialidade misturada com o drama de guerra espacial que fez da série original um épico.