(28/12/2016, 21:50)Israfil Escreveu: Uma mania que as pessoa têm é a de pegar idéias contrárias, distorcer e simplificar até elas parecerem ridículas ou até completamente diferentes e sair repetindo isso como se fossem o que a idéia original representa de forma a desmerecer tanto a idéia quanto quem apóia ela. É o que insistem em fazer com o feminismo, é de onde inventam termos imbecis como SJW e por aí vai...
Isso é normal, todos os lados de todas as discussões fazem isso. Não dá pra esperar que todo mundo seja coerente e racional, e os que não são penalizam os que são porque tá todo mundo no mesmo barco.
(28/12/2016, 21:50)Israfil Escreveu: Por sinal quando alguém diz que uma pessoa que comete um crime é uma vítima da sociedade as pessoas não estão dizendo para ninguém ter pena e compaixão pelo criminoso ou ser leniente com a sua punição, é apenas um convite para um pensamento mais profundo sobre a causa estrutural que leva a uma fatalidade dessas.
Eu convido quem inventou esse termo a ler um dicionário. Uma busca rápida no Google me define "vítima" como sendo "Pessoa que sofre acidente, desastre, desgraça ou calamidade". Um criminoso não é uma vítima nem aqui nem na China. Sim, problemas estruturais -- tipo morar numa favela dominada pelo tráfico com pais sem noção e sem escola -- podem e vão influenciar bastante pra que jovens virem criminosos, mas daí a chamá-los de vítima? Não.
O problema não tá na ideia, tá na escolha de palavras. Vítima é quem morre pela mão de bandido, não o contrário.
(28/12/2016, 21:50)Israfil Escreveu: Será que projetos sociais de esporte em comunidades carentes ajudariam a diminuir casos de violência? Será que seria necessário mais incentivos a educação? Quais as causas? O que fazer? Como fazer?
Isso é feito em vários lugares e tem resultados positivos, mas pra mim são paliativos que só têm algum valor se forem feitos por ONGs. Eu acho que devia começar tudo pela restruturação da educação no país e o resto viria com o tempo, mas essa discussão dá muito pano pra manga.
Ah, eu falo em ONGs porque projetos sociais são danados pra criar gado eleitoral. Não quero outro bolsa família como projeto de poder de um único partido.
(28/12/2016, 21:50)Israfil Escreveu: Já considerou o sistema carcerário brasileiro? O propósito é apenas punição ou é também reintegração?
No Brasil, o propósito é punição e pra mim tá muito bom assim. Brasil não é Europa, onde a criminalidade é baixíssima e aí você pode se dar ao luxo de tentar reintegrar criminosos à sociedade. A gente tem bandido pra caralho, então primeiro essa gente tem que ter medo de ir parar numa prisão em vez de ter em mente que, caso seja preso, irá pra uma colônia de férias.
Mais pra frente, quando o Brasil evoluir em outros aspectos e a gente parar de ter criadouro de bandidos nas favelas, a gente pensa em prisão como uma entidade reintegradora de pessoas na sociedade.
(28/12/2016, 21:50)Israfil Escreveu: No feminismo o povo distorce até parecer que é uma luta pela superioridade das mulheres, quando na verdade é fundalmente por igualdade de direitos. E social justice warriors descreve pessoas que advogam por questões sociais e as pessoas usam como se fosse um insulto ou algo desmoralizante por algum motivo que até hoje não sei explicar.
Outro caso de péssima escolha do nome. Igualdade de gênero sob a alcunha de
feminismo? A maioria das pessoas (chutômetro: 99%) são ignorantes e vão entender o termo do jeito errado. E o feminismo na essência é muito bacana, mas fazem cagada quando tentam atingi-lo na prática. É só olhar as feminazis, que são tipo a versão "bota pra foder" do feminismo.
E SJWs são pessoas pau no cu, só isso. É um bando de gente que se acha moralmente superior aos outros porque... sei lá, são retardados. Essa gente não advoga por questões sociais, advoga por questões de "estou ofendido com o que estão fazendo" porque são incapazes de cuidar da própria vida.
(28/12/2016, 21:50)Israfil Escreveu: Tem gente que verdadeiramente acha que tem que ter peninha e perdoar o bandido? Tem. Tem feministas querem relegar os homens inferiorizando eles? Tem também. Mas eles não representam o todo, ouso dizer que não representam nem 25% de seus determinados grupos, mas são eles que dá pra zoar então é só generalizer e sair repetindo os mesmos velhos bordões por aí até que cole. E o pior é que acaba colando, seja lá por que motivo for (chutaria falta de educação ou preguiça mental).
São as generalizações que dialogam com o povão que não tem tempo nem inteligência pra entender questões político-sociais-econômicas mais a fundo. E aí sabe como é, se eu sou um cara que manjo e preciso de apoio, tanto faz se vão me apoiar porque "o feminismo é certo" ou porque "machos não passarão": o importante é apoiar. Deixa de ser inocente achando que a galera que tem as opiniões "mais coerentes" tá passando raiva com a turminha que acaba estragando as ideias, porque não tá.
Aliás, estragar as ideias ajuda a polarizar a discussão, o que ajuda a definir com ainda mais precisão os grupos de apoio.
(28/12/2016, 21:50)Israfil Escreveu: E quando rola discussão pode ser ainda pior, cada frase dá margem a mil argumentos e cada argumento dá muito trabalho. Afinal quem tem tempo pra ficar buscando dados, pra analisar se a coleta de dados seguiu uma metodologia adequada que permita a sua interpretação deles e quais mais problemas surgirem durante a discussão, fora os intelectualmente desonestos que representam as informações errôneamente com o intuito de vencer debates online. E tudo quase sempre descamba pra um ad hominem escrachado, intencional ou não. Então as pessoas devem pensar "pra que todo esse trabalho? Não é melhor dizer que política não se discute? Ficar cada um no seu grupinho, no seu eco chamber, fazendo piadinha dos demais?". Certamente é mais cômodo, mas não resolve nada. Eu mesmo acho que já desencanei da idéia de mudar a opinião dos outros tem um bom tempo, mas consigo ver certa importância em postar o que penso de diferente quando alguém menciona esses tópicos. #rantmastánotópicoapropriadoentãofoda-seefeliz2017
Às vezes é bom discutir só pra não enferrujar, mas tem gente que não merece que eu gaste o meu teclado. Te respondi mais pelo que eu tinha a dizer na penúltima citação, porque tenho a impressão de que você ainda enxerga só o lado bonito das coisas, quando na verdade é tudo bem feio mesmo.