03/09/2021, 03:04 |
"Como a mudança climática está alimentando furacões como Ida". Como já se tornou hábito, os aquecimentistas ficam eufóricos com qualquer evento extremo como se fosse uma novidade ou mostrasse uma tendência.
Teve jornalista com a hipótese que a mudança climática causada pelo homem aqueceu as temperaturas da superfície do mar (no caso, o Golfo do México) e, portanto, "sobrecarregou" o furacão Ida.
Entre os ingredientes necessários para se formar um furacão, são necessárias temperaturas da superfície do mar de pelo menos 27 graus, e praticamente todo o Golfo do México estava nesse nível, o que é típico para esta época do ano.
Abaixo estão as temperaturas da superfície do mar durante os sete dias imediatamente antes de Ida acelerar e chegar à terra. As temperaturas de todo o percurso da tempestade estavam muito acima do limite necessário. Água quente não era problema para o desenvolvimento de Ida (29 graus e mais praticamente em todo o caminho).
Quão incomuns foram as temperaturas da superfície do mar do Golfo durante o fortalecimento do furacão Ida? A figura abaixo mostra a anomalia em relação a média histórica das temperaturas da superfície do mar antes do fortalecimento de Ida:
As temperaturas da água estavam mais amenas do que o normal onde Ida começou a se intensificar (ao sul de Cuba). E para grande parte da rota ao norte de Cuba, onde Ida se fortaleceu rapidamente, as temperaturas foram normais ou ligeiramente acima do normal (menos de 1 grau acima do normal). Apenas perto da costa, para as águas rasas da plataforma do Golfo, as temperaturas subiram mais de 1 grau acima do normal.
Conclusão: a água mais quente do que o normal não foi o âmago da questão para o desenvolvimento e a intensificação do furacão Ida. O Golfo do México está quase sempre quente o suficiente para suportar o rápido fortalecimento de tempestades tropicais.
Para Ida, havia um elemento favorável e meio recorrente por lá: pouco cisalhamento vertical do vento (que os torna muito raros aqui no Sul do Atlântico onde costuma ser elevado). Mas isso não dá manchete para jornalistas escandalosos que enxergam o apocalipse por mãos humanas em cada canto.
Mas poderiam argumentar que as águas da região estão com tendência de aquecimento de longo prazo, não? Todavia, os dados não sinalizam isso, vide o registrado pelo NOAA desde 1948:
Não há nenhuma tendência de longo prazo óbvia nos dados. Precisando de muito wishful thinking para chegar a essa conclusão.
Então... há muitas evidências de uma tendência crescente de furacões atingindo a costa dos Estados Unidos? Algo que deveria ter ocorrido se o suposto aquecimento global antropogênico fosse significativo.
Abaixo está dois gráficos que mostram que a tendência é... de baixa, seja no geral, seja nos mais intensos (categoria 4 e 5):
Teve jornalista com a hipótese que a mudança climática causada pelo homem aqueceu as temperaturas da superfície do mar (no caso, o Golfo do México) e, portanto, "sobrecarregou" o furacão Ida.
Entre os ingredientes necessários para se formar um furacão, são necessárias temperaturas da superfície do mar de pelo menos 27 graus, e praticamente todo o Golfo do México estava nesse nível, o que é típico para esta época do ano.
Abaixo estão as temperaturas da superfície do mar durante os sete dias imediatamente antes de Ida acelerar e chegar à terra. As temperaturas de todo o percurso da tempestade estavam muito acima do limite necessário. Água quente não era problema para o desenvolvimento de Ida (29 graus e mais praticamente em todo o caminho).
Quão incomuns foram as temperaturas da superfície do mar do Golfo durante o fortalecimento do furacão Ida? A figura abaixo mostra a anomalia em relação a média histórica das temperaturas da superfície do mar antes do fortalecimento de Ida:
As temperaturas da água estavam mais amenas do que o normal onde Ida começou a se intensificar (ao sul de Cuba). E para grande parte da rota ao norte de Cuba, onde Ida se fortaleceu rapidamente, as temperaturas foram normais ou ligeiramente acima do normal (menos de 1 grau acima do normal). Apenas perto da costa, para as águas rasas da plataforma do Golfo, as temperaturas subiram mais de 1 grau acima do normal.
Conclusão: a água mais quente do que o normal não foi o âmago da questão para o desenvolvimento e a intensificação do furacão Ida. O Golfo do México está quase sempre quente o suficiente para suportar o rápido fortalecimento de tempestades tropicais.
Para Ida, havia um elemento favorável e meio recorrente por lá: pouco cisalhamento vertical do vento (que os torna muito raros aqui no Sul do Atlântico onde costuma ser elevado). Mas isso não dá manchete para jornalistas escandalosos que enxergam o apocalipse por mãos humanas em cada canto.
Mas poderiam argumentar que as águas da região estão com tendência de aquecimento de longo prazo, não? Todavia, os dados não sinalizam isso, vide o registrado pelo NOAA desde 1948:
Não há nenhuma tendência de longo prazo óbvia nos dados. Precisando de muito wishful thinking para chegar a essa conclusão.
Então... há muitas evidências de uma tendência crescente de furacões atingindo a costa dos Estados Unidos? Algo que deveria ter ocorrido se o suposto aquecimento global antropogênico fosse significativo.
Abaixo está dois gráficos que mostram que a tendência é... de baixa, seja no geral, seja nos mais intensos (categoria 4 e 5):