[gangrena]

Tai aproveitar a quarentena e rever isso.

[juno]

Tai aproveitar a quarentena e rever isso.

Se te interessar apenas os arcos de Mononoke, baixa do ep 9 até o 11 de "Ayakashi: Japanese Classic Horror", assista depois vá pro Mononoke.

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Acho que vou aproveitar e re-assistir tbm.

[juno]

Episódios 1 e 2 - Zashikiwarashi (aparição da hospedaria)


To dando rewatch em Mononoke vou ver 2 eps por dia, tem outras coisas que quero ver então não dá pra ficar com o tempo livre todo pra ver uma coisa só, ainda mais algo que já tinha assistido.

Enfim eu realmente me lembrava mais do visual do que das histórias em si.
O elemento terror está presente, mas achei que em menor intensidade do que em Bakeneko (Ayakashi), e tbm não funcionou tanto comigo igual no outro. Mas a trama se manteve tão pesada quanto o da outra história.

Uma hospedaria.
Uma grávida chega. Não há quartos. A grávida diz que se não puder ficar será morta. A dona da hospedaria a coloca num quarto no último andar. O quarto é assombrado por um Mononoke.
O vendedor de remédios tem que descobrir a forma, verdade e razão mais uma vez, para poder sacar a espada de exorcismo.
A forma é um Zashikiwarashi, a verdade é que o quarto era uma sala de abortos de um antigo bordel, e muitos bebês perderam a vida ali. Se as prostitutas tivessem os filhos não poderiam trabalhar, então a cafetina fazia o procedimento forçadamente. A razão é que os bebês na forma do Mononoke procuravam uma mãe.

Achei bem legal o arco, foi bom rever.

[juno]

Episódios 3,4,5 - Umizobu



Dessa vez a história se passa num navio mercante. Reencontramos a Kayo, uma das personagens que apareceu no arco de Bakeneko em Ayakashi. A assombração desse arco tem a forma de um Umizobu. A verdade é que a irmã de um dos passageiros se ofereceu como um sacrifício humano para purificar o mar que eles navegavam e por isso o irmão virou um Mononoke. A razão é que ele carregava o remorso pelo sacrifício da irmã, pq devia ter sido ele.

Eu me lembrei do arco quando comecei a rever... e me lembrei tbm que foi o que eu menos gostei quando vi a primeira vez, continua sendo o caso.

[juno]

Episódio 6,7 - Noppera-bo


Uma mulher enclausurada.

De família pobre a Ochou foi obrigada pela mãe a ser a dama perfeita para que pudesse se casar com um marido rico, elevando o status de sua família de origem. Entretanto ela é praticamente a serviçal da sua nova casa, sendo chamada de desajeitada e que só presta para "a cama". Então a Ochou começa a fantasiar sobre matar todos da família nova e cria um companheiro imaginário que usa várias máscaras. Seria o mascarado o Mononoke?

Dessa vez a dinâmica no arco foi um pouco diferente, o Kusuriuri resolve primeiro a verdade e razão/arrependimento para forçar o Mononoke a mostrar sua verdadeira forma.

A verdade é que a Ochou sempre suprimiu o seu próprio querer em prol do querer alheio. Então ela "se matava" todos os dias, e se culpava, suprimia, se culpava.
A razão/arrependimento é que tudo que ela realmente desejava era ir embora daquela família, ser livre.
A forma portanto é a própria Ochou.


Achei um episódio interessante pq não foi sobre assombrar um local específico e sim sobre assombrar a mente de uma única pessoa. Tanto que não faz nenhuma diferença pro restante da família da casa a existência do Mononoke. Foi o estado emocional extremo da Ochou que criou um Mononoke danoso para ninguém menos que ela mesma.

Tanto que após o exorcismo, a situação volta ao normal, com a Ochou finalmente se impondo, e indo embora dali, pra longe daquela família de abusadores. Mostra uma cena com pássaros voando, e a família gritando "Ochooou, cade meu sakê? Ochooou que raios, tá demorando muito ai por que?!".

[juno]

Episódios 8 e 9 - Nue


Primeiro arco foi sobre assombração num local: Hospedaria.
Segundo arco também foi sobre assombração num local, só que bem mais amplo: Uma parcela do mar.
Terceiro arco foi sobre assombração da mente de uma pessoa: A Ochou.

E agora no Quarto arco a assombração está num objeto: E o espectador só descobre isso no finalzinho do episódio 9. O Nue, nome do Mononoke, possuiu o Toudaiji - que é um pedaço de madeira - para que pudesse se alimentar da alma de humanos e se manter.

Isso tudo por que o tal do Toudaiji vem de uma árvore rara (de valor inestimável). Quando essa madeira queima exala uma fragrância única no ambiente. A família que era guardiã dessa relíquia possuia apenas uma filha, a Lady Ruri. Como mulheres não herdam nada nessa época, quem se casasse com a Ruri virava o novo dono do Toudaiji. Vários homens se propuseram a casar com ela, e para escolher o marido ela lançou desafios de incenso: Os homens deveriam sentir a fragância de um determinado incenso e dizer qual é, dentre outros jogos. O vencedor levaria a mão dela.

Acontece que um dos participantes dos jogos pegou a Ruri na cama com outro homem e a matou. Essa foi a oportunidade perfeita para que o pedaço de madeira, que era muito mais desejado do que a prórpia Ruri fosse amaldiçoado por um Mononoke, um Nue. Essa é a forma.

O Nue simplesmente replicou a dinâmica de desafios da Lady Ruri, o que levou vários homens pretendentes para casamento à casa para jogar os desafios. O Mononoke os atraiu por noites sem parar, os emboscava e os matava, para se alimentar de suas almas.
Essa é a verdade.

E a matança continuou, até que o Kusuriuri (vendedor de remédios) foi lá para resolver o problema e exorcizá-lo.

Eu achei interessante a dinâmica desse arco aqui pq nos anteriores o Kusuriuri sempre interagiu com pessoas vivas com o objetivo de encontrar a resposta dos 3 dilemas, e sacar sua espada de exorcismo. Mas aqui ele sempre esteve "sozinho" já que interagiu com fantasmas. Eles eram três homens que não tinham a menor consciência que morreram. O Kusuriuri se propôs a entrar nos jogos do Mononoke meramente para que os homens ficassem cientes de suas próprias mortes, revelando assim a verdade e razão do Nue.


A razão é que o Toudaiji era simplesmente um pedaço de madeira para as pessoas comuns, mas para se manter o Mononoke precisava de almas que viam valor na sua existência. Isso o satisfazia mais.

Após o exorcismo o Toudaiji é destruído e queimado e sua fragrância exala pela casa em ruínas, liberando as diversas almas dos homens que uma vez tinham ido ali em busca da relíquia.

[juno]

Episódios 10, 11, 12 - Bakeneko

FINAL

Esse post vai ser um pouco mais longo, eu não vou falar só do arco final em si, mas do anime como um todo. Foi bom rever, algumas coisas eu lembrava bem, outras nem tanto. Eu acho que na primeira vez que eu vi o design malucão do anime me marcou mais do que as histórias em si, então não prestei tanta atenção.


Como forma de homenagear o arco que ficou famoso em Ayakashi, e que deu origem a esse anime spin off, escolheram encerrar o anime com um Mononoke Bakeneko. Além disso todos os personagens que fizeram parte daquele arco estão aqui, mas com outros papéis, e reencarnados.

Esse desfecho final se passa num período um pouco mais moderno do que os outros: Algo entre os anos de 1920-1930.

O legal disso é perceber que mesmo com a passagem do tempo o Kusuriuri não envelheceu, permaneceu com a mesma aparência. Essa é uma grande pista do que ele é (e uma das únicas - 1/2) - o corpo dele não muda com a ação do tempo.

A aparência normal dele tbm é outra pista do que ele é (2/2). Ele tem orelhas pontudas, pele branca demais, tem "tatuagens" no rosto, e quando algumas cenas focam na boca dele, dá pra ver alguns caninos, as unhas dele são bem compridas - como se fossem garras. Seria como se ele fosse algum animal personificado, talvez uma raposa (raposa é um ser sagaz, inteligente e com grandes poderes místicos na cultura japonesa)? Seria ele um Deus, ou algo do tipo?

Outra pergunta que fica é o motivo que ele se transforma em outra persona ao sacar a espada de exorcismo.


Temos uma pista do que isso é na maneira como ele procede para fazer o exorcismo. Forma, Verdade e razão/arrependimento, são preceitos do budismo san himitsu - para encontrar a iluminação, evocar algumas magias secretas de cura ou exorcismo. A espada é a chave para abrir esse poder, e só é possível de usar quando o Kusuriuri se transforma no seu "eu verdadeiro".

Enfim o anime não deu mais dicas sobre o personagem principal, e nem vamos ter, já que o anime se encerra aqui.

O foco aqui é mais nos casos espirituais que ele tem que resolver do que no personagem em si.
O anime usa alguns artifícios de terror e horror, os melhores arcos na minha opinião foram o primeiro, o terceiro e o quarto. Não gostei tanto do segundo e nem do último.

Mas enfim, vamos ao último arco. Como eu disse ele se passa nos anos 1920-1930. E é quase todo num vagão de trem. O Kusuriuri já descobre a forma do Mononoke no episódio 10, um Bakeneko.


A história é sobre uma mulher que morreu - Ichikawa Setsuko. Ela pulou de uma ponte minutos antes do trem passar, a polícia investigou mas tudo acabou sendo classificado como um suicídio. 

Alguns dias depois uma nova locomotiva é inaugurada na estação de trem principal, e logo após a partida para sua primeira viagem algo começa a assombrar o veículo. Todas as pessoas somem, menos algumas que ficam presas no primeiro vagão. Elas são as peças chave para a resolução do mistério - já que todas tiveram participação (seja como testemunhas, como omissos, ou como assassinos da Ichikawa). E é isso que o Kusuriuri descobre como verdade. A morte da Ichikawa foi um suicídio forjado.

A Ichikawa era uma jornalista que descobriu um grande furo: O prefeito da cidade estava envolvido em um esquema de corrupção, recebendo suborno de grandes empresários do setor ferroviário, para a concessão desse serviço na cidade. Ela contou imediatamente do furo para seu chefe no jornal.

Só que o chefe do jornal estava mancomunado com o prefeito, ele nunca iria publicar a história. A Ichikawa inocentemente se encontra com o chefe na ponte, e ele a empurra lá de cima. Ela não morre imediatamente, mas o trem a atropela (isso pq o motorista estava dormindo no trabalho, e não freou o trem). Antes de morrer, e vendo a aproximação do trem, a Ichikawa jura vingança, e é quando o Bakeneko a possui. Essa é a razão/arrependimento.


Pelo que eu entendi, o assassino dela e o mandante (prefeito) ficaram presos para sempre na barreira do Mononoke, o Kusuriuri apenas expurgou a aparição do mundo humano. As outras testemunhas, que de início ficaram quietas, resolveram contar tudo para a polícia, e os jornais passaram a divulgar a verdade, a Ichikawa foi assassinada, e os assassinos estão desaparecidos.

Esse anime aqui é muito bom pra quem gosta de algo com animação diferenciada/conceitual, e com histórias inteligentes. O mistério aqui mistura coisas do folclore japonês com situações realistas do mundo humano.

Indico para quem gosta de coisas do gênero histórico/mistérios/detetives/espiritualidade.

[rapier]

Vai sair um filme disso, mas não sei se será algo inédito.

[Ash_]

Trailer do filme.

[Ash_]

Novo trailer