Mass Effect

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23 respostas neste tópico
 #1
[Imagem: WxJqEKk.jpg]
Título: Mass Effect
Gênero: Ação RPG, Tiro em terceira pessoa
Desenvolvedora: Bioware
Distribuição: EA, Microsoft Game Studios
Ano: 20 novembro 2007 (primeiro jogo)

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Tava faltando um tópico disso, principalmente com o ME Andromeda chegando. Minha segunda série preferida, só atrás de Metal Gear, e uma das mais consagradas séries de RPG, Mass Effect é um dos projetos mais ambiciosos que já tive contato, com um nível de detalhe tolkiano para mais em seu universo (das raças à ambientação) e uma das discussões e problemas mais interessantes que já vi num sci-fi, aliado a um excelente sistema de combate e de escolhas, com diversas decisões morais de impacto em vez da clássica lógica "ser bonzinho ou ser malvado" (infelizmente ainda presente no primeiro jogo da série) e que são transferidas pros jogos posteriores.

Obviamente é um tópico da série então não pouparei spoilers. Abri o tópico exatamente para expressar minha paz em ver que a bioware não vai ignorar a escolha final de ME3 (que acho bem impactante pro enredo) e achou uma solução ótima ao problema. Andromeda será ambientado 600 anos no futuro a partir do ponto em que a humanidade começa a explorar o espaço. O projeto Andromeda parece consistir em enviar naves à galáxia de andrômeda (a trilogia original só acontece na via láctea) e para isso coloca os tripulantes em estado de animação suspensa por 600 anos. Eles chegarão no lugar da missão entre o ME2 e o 3, então a cronologia está salva e a localização é interessante o suficiente pra gerar novos problemas.

Adoro a ideia da trilogia original: A de que existem várias espécies alienígenas no universo, mas elas sempre produzem máquinas que as superam e entram em conflito com seus criadores, até os exterminarem, e que para que a guerra não destrua os planetas ou uma raça fique poderosa demais, as máquinas se uniram na forma dos Reapers, que produzem ciclos onde as espécies orgânicas recebem permissão de viver até atingirem um ápice tecnológico e serem exterminadas/assimiladas. É genial como você só consegue "resolver" o problema continuando o trabalho de cada geração que morreu em um ciclo anterior, não sendo a vitória(?) fruto do esforço da humanidade ou das raças atuais e sim a soma do esforço de todas as raças que vieram atuando para encerraro ciclo. Não faço ideia de como Andromeda pode criar um problema mais legal do que esse para mim, mas confio muito nos roteiristas da bioware, então, com minha maior preocupação (a consistência da história com a trilogia original) de lado, posso aproveitar e compartilhar esse trailer e ficar hypado em paz:



E claro, tem também esse trailer com a musiquinha superlegal interpretada pelo Johnny Cash
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 #2
Nunca joguei. A unica coisa que sei disso é que tem putaria e que o povo ficou puto com o final do 3.
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 #3
(07/11/2016, 23:42)Opeth Escreveu: com diversas decisões morais de impacto em vez da clássica lógica "ser bonzinho ou ser malvado" (infelizmente ainda presente no primeiro jogo da série)
Estou me devendo jogar o primeiro ainda, mas tanto o 2 quanto o 3 estavam repletos de momentos paragon/renegade que são basicamente ser bonzinho ou malvado. Bem, talvez não malvado, algo mais estilo asshole/badass provavelmente... Outra coisa que muito criticaram e considero válido apesar de não ter me incomodado é que muitas das tais decisões de impacto não tem um impacto significativo. Por exemplo, e me desculpo se estiver lembrando errado, vc pode exterminar Rachni Queen mas isso pouco importa pois no 3 eles voltam independente da sua decisão. Enfim, tem decisões que realmente tem repercussão mas é algo que em geral poderiam ter trabalhado melhor.

(07/11/2016, 23:42)Opeth Escreveu: Abri o tópico exatamente para expressar minha paz em ver que a bioware não vai ignorar a escolha final de ME3 (que acho bem impactante pro enredo) e achou uma solução ótima ao problema.
Aqui concordo que é uma ótima solução, porém eu considero que é basicamente ignorar a escolha final de ME3. Eles não querem forçar os fãs a terem de lidar com o fato de que a sua decisão pode não ser canon então conseguirem essa solução de começar uma história em um canto tão distante dos eventos da trilogia (em tempo e espaço) que qualquer que tenha sido a sua escolha ela se torna irrelevante. E isso não é responder um problema, mas se esquivar dele com graça. Heh

No geral estou com uma boa expectativa pois curti muito o ME2 e ME3 (Mordin rules!), e sei que eles escutam o feedback dos fãs e buscam melhorar nos jogos seguintes. Mass Effect e Dragon Age são compras certas pra mim pois a Bioware realmente já estbeleceu um padrão bom aos meus olhos, e nem o final de ME3 (que sinceramente não achei merecer toda aquela indignação) me fez perder a confiança neles.
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 #4
(08/11/2016, 00:57)Israfil Escreveu: Estou me devendo jogar o primeiro ainda, mas tanto o 2 quanto o 3 estavam repletos de momentos paragon/renegade que são basicamente ser bonzinho ou malvado.

Isso não é o caso para as decisões morais que tô falando. Claro que dá pra ser mais escroto (ou eficiente, para alguns) e tem o sistema paragon e renegade, mas a bioware desde ME2 vem aprimorando as escolhas que oferece em ME  e Dragon Age para serem não só coisas que você queira fazer e que façam seu jogo ser bem diferente do de outras pessoas quanto serem decisões realmente difíceis. Essas séries te fazem ter que pesar as coisas em uma balança. Acho todos os problemas maiores do jogo ótimos nesse quesito. Escolher entre encerrar ou não a Genophage não tem resposta certa (os krogan poderiam se organizar, mas são uma raça muito violenta), escolher entre destruir os Geth só por serem robôs ou aceitar o risco de evoluí-los, várias ações que fazem seus personagens morrerem ou não na missão suicida, destruir ou incorporar a base dos collectors, por aí vai.

Esse "problema" da Rachni queen é uma besteira que mostra o quanto fanbase grande é chata. O jogo faz trocentas coisas complicadas de roteiro pra lidar com as escolhas, mas toma 1 decisão de gameplay e o povo endoida. A Rachni queen não volta, ela morre se você matá-la. A questão é que os reapers incorporam todas as raças e obviamente exterminar a queen não significava exterminar uma raça inteira (várias vezes as pessoas acharam que os rachni tinham sido exterminados), a ideia da "Rachni queen clone" é só uma explicação de como os reapers criaram algo para fazer os rachni sintéticos que você enfrenta boa parte do jogo (porque são fodas de enfrentar). Acho uma decisão justa. Isso cai em outro detalhe do choro do povo com as escolhas. Assim como você, eu não vi problema no final de ME. As pessoas tendem a achar, em especial na hora de falar do final do jogo (ante o tamanho da decisão), que não faz diferença como vc jogou porque as pessoas sempre verão os mesmos "finais" conforme a última decisão em vez do todo. Eu acho isso de uma sonsura colossal, pq o povo basicamente gosta do jogo do início ao fim e na decisão final (excelente a meu ver) chora. Eles esquecem que o jogo e as escolhas são o todo. Tudo que eu escolhi nos ME anteriores foi respeitado e eu vi o fim de todas as plotlines. Meu jogo é o final + tudo isso e nunca será igual ao de um fulano que viu um jogo diferente mas um mesmo final. É a soma das coisas e não só um evento. Pra mim as escolhas são respeitadas porque sua experiência de jogo e a história que você tem pra contar são diferentes.

Por fim, sim, eu concordo que é uma conveniência o andromeda, mas eu prefiro a conveniência do que isso de optar um final canon igual Deus Ex fez. E pelo seguinte. Não consigo imaginar Mass Effect sem discussões sobre inteligência artificial e o futuro das espécies. Não consigo imaginar qual problema a bioware fará que seja tão foda quanto o dos reapers, mas vamos ver. E não gostaria de ver a bioware fugir à sua marca registrada que é o esforço (ainda que, claro, nem sempre acertam) de respeitar as escolhas e o mundo dos jogadores (até porque 0 empresas compraram essa briga no nível da bioware simplesmente pela dificuldade em ser feito). Assim, prefiro mesmo que seja algo no passado ou em uma região distante (as duas coisas que fizeram aqui) até porque isso não é continuação de mass effect e sim uma forma de contarem mais histórias nesse universo. A princípio eu esperava que fosse ser só no passado e não fosse esbarrar nos eventos do original, mas a desculpa de que um time foi para uma galáxia nova e a expectativa do que eles podem encontrar lá, isolados tanto em espécie quanto do seu mundo, me pareceu mais do que uma solução conveniente. Pareceu uma premissa que vale a pena ser contada.
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 #5
(07/11/2016, 23:42)Opeth Escreveu: A de que existem várias espécies alienígenas no universo, mas elas sempre produzem máquinas que as superam e entram em conflito com seus criadores, até os exterminarem.

Então cada planeta tem seu dia do julgamento final? HAHA!
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 #6
(08/11/2016, 08:00)Metroid Escreveu: Então cada planeta tem seu dia do julgamento final? HAHA!

SPOILER GIGANTE:
Não é bem isso, mas pode ser visto assim. Isso é um dos spoilers gigantes da série. Os orgânicos inteligentes tendem a criar inteligência artificial, daí essa inteligência tende a ser temida ou se rebelar. Os sintéticos em algum ponto num passado muito muito distante se unem em criaturas chamadas reapers, que destroem as espécies que atingem um ápice tecnológico perigoso (geralmente várias espécies de uma vez) usando os mass relays para navegar. Toda a tecnologia que a humanidade e outras espécies usam para evoluir ao ponto de viagem e conflito espacial é ou de alguma dessas espécies que morreu ou dos próprios reapers como recurso para usarem essa tecnologia para destruir as espécies depois. É uma forma de impedir o universo de ser destruído ou dominado pela guerra ou por uma espécie sintética (o jogo deixa claro e faz muito sentido que os orgânicos não têm a menor chance). Os reapers permitem as espécies durarem até certo ponto e depois colhem a espécie e incorporam sua tecnologia e inteligência.


Explicação aí, acho muito foda essa cena.

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 #7
(08/11/2016, 07:16)Opeth Escreveu: Isso não é o caso para as decisões morais que tô falando.
Mas esse é meio que uma das falhas por assim dizer. Vc tem diversas escolhas de baixa relevância entre ser paragon e renegade (basicamente bom/"malvado") que são realmente apenas de "flavor", dar um toque de personalidade, mas por ser binário acaba não agradando muito (e felizmente eles estão buscando melhorar isso). E do outro lado vc tem as grandes escolhas morais que vc mencionou (como genophage, geth X quarians, etc) que deveriam ter consequências gigantes no jogo, mas não se traduzem em mudanças no gameplay ou estrutura narrativa do jogo (o mais próximo disso que temos é a perda de membros do time). E é isso que causa incômodo para muita gente na minha opinião. Do ponto de vista da produção é compreensível, se você coloca uma escolha importante no meio do jogo que bifurca a história do modo como as pessoas gostariam você está efetivamente aumentando o seu trabalho e fazendo com que metade das pessoas nunca nem veja boa parte do que vc produziu. Acaba ficando mais fácil manter as mesmas fases e criando um pouco de diálogo a mais explicando que essas rachni na verdade são sintéticas ou seja lá qual for a desculpa que vc quer dar ingame, talvez mudar o skin dos monstros pra refletir isso. Mas o efeito é o mesmo que as decisões dos jogos da Telltale acabam tendo, o da "ilusão da escolha".
Resumindo pras escolhas mais banais eles tem que dar mais variedade pra não parecer algo engessado, e para as decisões mais importantes tem que realmente ter uma consequência mais pesada que faça o jogador sentir o impacto durante o jogo. Pelo menos assim seria em um jogo ideal na minha opinião, mas os custos de produção realmente seriam bem mais altos.
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 #8
(08/11/2016, 17:48)Israfil Escreveu: Mas esse é meio que uma das falhas por assim dizer. Vc tem diversas escolhas de baixa relevância entre ser paragon e renegade (basicamente bom/"malvado") que são realmente apenas de "flavor", dar um toque de personalidade, mas por ser binário acaba não agradando muito (e felizmente eles estão buscando melhorar isso). E do outro lado vc tem as grandes escolhas morais que vc mencionou (como genophage, geth X quarians, etc) que deveriam ter consequências gigantes no jogo, mas não se traduzem em mudanças no gameplay ou estrutura narrativa do jogo (o mais próximo disso que temos é a perda de membros do time). E é isso que causa incômodo para muita gente na minha opinião. Do ponto de vista da produção é compreensível, se você coloca uma escolha importante no meio do jogo que bifurca a história do modo como as pessoas gostariam você está efetivamente aumentando o seu trabalho e fazendo com que metade das pessoas nunca nem veja boa parte do que vc produziu. Acaba ficando mais fácil manter as mesmas fases e criando um pouco de diálogo a mais explicando que essas rachni na verdade são sintéticas ou seja lá qual for a desculpa que vc quer dar ingame, talvez mudar o skin dos monstros pra refletir isso. Mas o efeito é o mesmo que as decisões dos jogos da Telltale acabam tendo, o da "ilusão da escolha".
Resumindo pras escolhas mais banais eles tem que dar mais variedade pra não parecer algo engessado, e para as decisões mais importantes tem que realmente ter uma consequência mais pesada que faça o jogador sentir o impacto durante o jogo. Pelo menos assim seria em um jogo ideal na minha opinião, mas os custos de produção realmente seriam bem mais altos.

Eu não acho que eles sofrem disso. Mass Effect com certeza tem o caráter binário, mas não é isso que está por trás das escolhas do jogo. Eles lidam com muita coisa e tão lidando cada vez mais nos novos (em vista da cobrança dos fãs), certamente de uma forma que nenhuma outra empresa lida enquanto série. Pra fazer uma diferença drástica no gameplay teria que ir além das escolhas. Escolhas vão mudar mais o enredo mesmo. Deus Ex faz isso em gameplay deixando você jogar da forma que quiser, mass effect prefere não criar um problema imenso nos jogos seguintes te deixando sair matando npcs. Daí a diferença em questão - "escolha mudar roteiro/escolha mudar gameplay", geralmente os jogos em que a escolha muda os 2 são experiências fechadas. Eu entendo e até concordo com o que você diz, mas quando eu compro a briga de falar que a bioware vai mais além (obviamente) do que as outras empresas, em especial a telltale, estou falando do que é e era possível fazer na época e do que ainda é possível hoje num contexto de produção. O lado paragon/renegade é o mais lembrado, mas não são as escolhas "banais" que eles representam. São escolhas tipo matar o mordin, detruir raças, não perdoar personagens ou escolher eficiência e danos colaterais acima de assumir riscos maiores. Para mim ser renagade não é necessariamente ser mal e um gameplay normal vai ser um balanço das coisas em vez de uma escolha óbvia acima de outra. As escolhas realmente banais e que não tem nada de paragon ou renegade são as coisas clássicas do jogo, a forma como você interage com npcs e trata seu time, com quem você desenvolve romance e etc. E não digo que o romance do jogo é banal, falo no sentido dele não alterar o "universo" da história e sim a sua experiência. Eu considerei o meu romance com a Tali antes de decidir o destino do Geth, por exemplo, e a interação disso com minha relação com o jogo vai além de bom/mal ou certo/errado, vai da construção do roleplay e de como eu me sinto em relação aos personagens. Eu acho que a bioware em mass effect aprendeu muito e a série é claramente uma investigação/evolução, já que tanto o sistema de escolhas quanto o enredo e o gameplay no geral mudou do 1, pro 2, pro 3, mesclando também os erros e acertos de Dragon Age. Inquisition seria a cara da solução atual da bioware com o que aprenderam nos anteriores. Isso é por se tratar de uma empresa que está disposta a ouvir os fãs e tentar lidar com a proposta que fizeram de um jeito que agrade o máximo possível de pessoas.
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 #9
Nessa foto flutando no planeta a nave mãe Drej do Titan Ae.  Icon_eek
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 #10
(08/11/2016, 18:16)Opeth Escreveu: Eu considerei o meu romance com a Tali antes de decidir o destino do Geth, por exemplo, e a interação disso com minha relação com o jogo vai além de bom/mal ou certo/errado, vai da construção do roleplay e de como eu me sinto em relação aos personagens.
Primeiramente *highfive* por fazer a única escolha certa do jogo. Heh
Mas sim, o efeito como todas as decisões (mesmo as menos importantes) servem como uma forma de customizar a experiência e fazer o jogador ter um envolvimento maior com suas escolhas e com seus teammates é decididamente um objetivo que eles estão tentando alcançar de modo consciente. Eu falei realmente de modo crítico sobre os dois tipos de decisão mas isso não significa que foi feito de um modo ruim, mas apenas que há espaço para melhorias. Outro jogo inclusive que trabalhou com a questão de ter um certo foco em decisões mas no final acabou por ter uma decisão meio que à revelia de tudo que foi decidido anteriormente foi Life's Strange, que eu gostei bastante também por sinal.
Aliás, falando em final, tenho que me confessar aqui que fui um believer fiel da Indoctrination Theory e teria ficado em êxtase se a Bioware tivesse acatado ela como canon. Mindblown. O tipo de coisa que me faz admirar a criatividade e empenho dos fãs da série. XD
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