Vagabond

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62 respostas neste tópico
 #41
(01/04/2021, 13:50)Lonely Escreveu: A história parou com o término da saga do Musashi agricultor.

Spoiler: Imagem  
[Imagem: V1MgvG7.png]

Não entendeu nada. Cry
Vc diz até onde o Inoue escreveu?

Primeira edição br termina em algum ponto depois do aparecimento do Kojiro que é completamente diferente do Kojiro do livro.
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 #42
(01/04/2021, 20:21)gangrena Escreveu: Vc diz até onde o Inoue escreveu?

Primeira edição br termina em algum ponto depois do aparecimento do Kojiro que é completamente diferente do Kojiro do livro.

Sim, até onde o Inoue escreveu. Tu chegou a ler o livro de onde a história foi baseada? Achei o ritmo meio esquisito, talvez pela história do mangá já estar na cabeça. Parei no início quando o Musashi sai da caverna onde tinha sido preso.
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 #43
(01/04/2021, 21:14)Lonely Escreveu: Sim, até onde o Inoue escreveu. Tu chegou a ler o livro de onde a história foi baseada? Achei o ritmo meio esquisito, talvez pela história do mangá já estar na cabeça. Parei no início quando o Musashi sai da caverna onde tinha sido preso.
Sim 2 livros que são ótimos, o arco do musashi nos livros é muito mais interessante, quase todos personagens secundários são diferentes.

Inicialmente causa um estranhamento e parece ser bem maçante de ler, porque ele na verdade foi publicado em jornais e por capítulos, então a formatação deles diferente de livros normais fora que é uma literatura de mais de 70 anos atrás.

Mas quando o Musashi começa a jornada dele é fantástico, Kojiro por exemplo é um personagem completamente diferente do manga. É um sujeito tanto foda em habilidade quanto babaca e o Musashi tem um certo receio dele por saber que o Kojiro é absolutamente op e ficamos quase o segundo livro inteiro esperando pelo duelo que só se resolve na última página.

O duelo do pinheiro solitário é completamente foda, antes como ele vence o irmão mais novo dos yoshiokas chegando atrasado e irritando ele, assim como a batalha que ele enfrenta os 100 dicipulos e decapita um garoto de 11 anos e depois se arrepende demais. 

Detalhe que após esse duelo ele está todo estourado e foge se escondendo em um monastério budista, admitindo que foi um empate.  Icon_lol

Essa parte que vc cita da fazenda por exemplo, a conclusão do Musashi é completamente diferente, eles aprendem a usar agua da chuva e criam o sistema de escoamento e a conclusão é que na verdade ele precisa se tornar um sujeito que saiba administrar mais as economias nas adversidades baseado em como ele observa o segundo discípulo cuidar da casa abandonada.

Se for lembrar de passagens foda tem muita coisa realmente foda os caminhos que o Musashi toma, a mãe filho da puta do Takezo, os discípulos dele, a namoradinha dele. 

O livro e o manga são pouca coisa iguais, alguns eventos principais, personagens, mas o arco nos livros é muito mais extenso e acho que são complementares, o Inoue escreveu uma experiencia visual um pouco baseado no livros, por exemplo não é contado as origens do Kojiro em detalhe, que não é surdo.

Para mim junto com alguns livros do Hermann Hesse, considero como os melhores que já li.

obs. As capas dos livros originais primeira edição br são de pinturas do Musashi.
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 #44
(01/04/2021, 23:39)gangrena Escreveu: O livro e o manga são pouca coisa iguais, alguns eventos principais, personagens, mas o arco nos livros é muito mais extenso e acho que são complementares, o Inoue escreveu uma experiencia visual um pouco baseado no livros, por exemplo não é contado as origens do Kojiro em detalhe, que não é surdo.

Sim, eu acredito que a principal diferença é que aqui o Musashi é um ''vagabundo''. Tipo assim, ele é um ronin mesmo, que o mestre dele são as montanhas. Eu parei na parte depois da prisão dele numa caverna, pois ali o Takuan dá para ele uma infinidade de livros budistas e ele aprende dessa forma. No mangá, ele aprende por meio da experiência. Uma coisa que eu tenho reparado nessa releitura é que o conflito do Musashi é entre o ego dele e a vontade de duelar e o conhecimento interior|exterior dele, tanto em relação a natureza das coisas como dele próprio. É por isso que o desenvolvimento dele vai para frente e depois volta para trás, é como ele entrasse em um estado de conhecimento e depois em um estado de ignorância. Só que isso é dado menos por uma via de cultura, como é dada no livro até a parte do que li, e mais pela experiência dele em relação ao mundo.

A própria diferença do Kojiro nas duas versões seja consequência disso: o Kojiro é gênio aqui no mangá porque ele é surdo as convenções humanas e tem um conhecimento aprofundado de si mesmo e da natureza. E quando digo ''conhecimento aprofundado de si mesmo'', não digo no sentido ocidental, mas no oriental, em que conhecer a si mesmo é ter consciência e inconsciência ao mesmo tempo.

Mas, ao mesmo tempo, como vemos no capítulo 258 e 293, a arte da espada não é um caminho ruim. Ele consegue ter experiências de Buda tanto quanto um monge ou um artesão. O problema é o ego dele.

[Imagem: hBk4Qlh.png]
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 #45
Comecei a ler o livro do Soho Takuan (o real), A Mente Liberta, que é uma série de cartas para samurais da sua época, incluindo o Musashi, e ele fala logo no início sobre um tema recorrente daqui que é ''lutar espada sem espada'', é uma ideia de origem do zen budismo como já tinha apontado em cima. De certa forma, como vemos no final da citação, lutar espada sem espada é uma espécie de disciplina da alma, um modo de chegar ao estado de Buda. A arte da espada é uma das variadas artes para se chegar a iluminação.

Citar:1.1 A AFLIÇÃO DE REPOUSAR NA IGNORÂNCIA
O termo ignorância significa a ausência de Iluminação; isto é, a ilusão.
Lugar de repouso significa o lugar onde a mente se fixa.


Diz‐se que na prática do Budismo há 52 estágios; dentro deles, o lugar onde a mente se fixa em alguma coisa é chamado lugar de repouso. Repousar significa fixar‐se, e fixar‐se significa que a mente está sendo detida por algum tipo de matéria – qualquer tipo.

Nos termos da tua própria arte marcial: quando tu percebes a espada que vem abater‐se sobre ti, se tu pensares em enfrentar essa espada tal como ela está, tua mente vai fixar‐se na espada segundo a posição em que ela se encontra; teus movimentos se perderão e tu serás atingido pelo oponente. É isso que significa fixar‐se.

Embora vejas a espada que vem abater‐se sobre ti, se a tua mente não for detida por ela e tu te conformares ao ritmo da espada que avança; se tu não pensares em abater o oponente e eliminares de ti todo pensamento ou julgamento; se, no instante em que tu vês o golpe da espada, tua mente não for minimamente detida e tu avançares e arrancares dele a espada; então, a espada que vinha atingir‐te será a tua própria espada e, de modo contrário, será a espada que atingirá o teu oponente.

No Zen, diz‐se que isso é "Agarrar a lança e ferir aquele que vinha te ferir". A lança é uma arma. A essência disso é que a espada que tu arrancas do teu adversário é a espada que vem a atingi‐lo. É isso que, no teu estilo, se chama "lutar espada sem espada". Quer pelo golpe do inimigo, quer pelo teu próprio golpe; quer pelo homem que golpeia, quer pela espada que corta; quer pela posição, quer pelo ritmo, se a tua mente se desviar de alguma maneira, tuas ações não serão perfeitas, e isso pode fazer com que sejas atingido. Se te colocares perante o teu oponente, tua mente será capturada por ele. Tu não deves situar a tua mente dentro de ti. Conter a mente dentro do corpo é algo que só é feito pelos principiantes, no início do treinamento.

A mente pode ser capturada pela espada. Se manténs a mente no ritmo da luta, também por isso ela pode ser capturada. Se fixas a mente na tua própria espada, a espada pode captura‐Ia. Quando a mente se fixa em qualquer um desses lugares, tu te tornas uma casca vazia. Sem dúvida, tu mesmo te recordas de tais situações. A mesma coisa se aplica ao Budismo.

No Budismo, chamamos esse ato de fixar a mente de ilusão. Por isso dizemos: "A aflição de repousar na ignorância."
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 #46


Estou estudando novamente o zenbudismo e achei essa vídeo, um audiobook, de um dos grandes estudiosos do zenbudismo que escreveram para o Ocidente: D. T. Suzuki. Ele era japonês e foi um grande acadêmico, e nesse texto ele fala sobre a relação do zen com a classe guerreira. Muitos aspectos aparecem nesse mangá, mostrando como é brilhante o Inoue.

Uma coisa que me chamou a atenção é o foco dele em demonstrar como a intuição é muito mais importante que é a intelecção. Não só o Takuan diz isso ao Miyamoto Musashi aqui, como a escolha do Inoue pela imagem em vez do texto é reflexo disso. O insight e o aprofundamento espiritual vem da contemplação, não do raciocínio lógico, não tem razão para os personagens falarem tanto.

Creio que o @gangrena vai se interessar pelo assunto.
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 #47
Pergunta aos "universitários": o que acharam, em termos de história e plot, da obra? Veio o interesse em ler a obra, e uma introdução dela (pode ser com spoiler também, não me importo) seria um bom começo para saber o que se esperar.

Grato.
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 #48
Vagabound tanto o livro quanto o manga são fantásticos, sobre a evolução como pessoa e guerreiro do Musashi.

Arte do manga nem se fala, nível Kentaro Miura.

Aproveitar que peguei uma licença por causa de covid e ler os capitulos, só tenho do que era publicado antigamente.
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 #49
(29/05/2022, 17:46)Lucius Auri Escreveu: Pergunta aos "universitários": o que acharam, em termos de história e plot, da obra? Veio o interesse em ler a obra, e uma introdução dela (pode ser com spoiler também, não me importo) seria um bom começo para saber o que se esperar.

Grato.

História? Muito lenta, vide https://anime-forum.info/showthread.php?...6#pid86526.
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 #50
Arte maravilhosa do Inoue:

[Imagem: 13YxkJb.jpg][Imagem: I6YGAH8.jpg]

(29/05/2022, 17:46)Lucius Auri Escreveu: Pergunta aos "universitários": o que acharam, em termos de história e plot, da obra? Veio o interesse em ler a obra, e uma introdução dela (pode ser com spoiler também, não me importo) seria um bom começo para saber o que se esperar.

Grato.

A história do livro é baseada em um romance que o @gangrena conhece melhor do que eu. Só que existe uma diferença: aqui, o Miyamoto Musashi (O grande samurai do Japão) é um vagabundo. No livro, ele é um herói romântico. O autor faz algumas mudanças deste tipo que são bem significativas no drama da história: ele quer ser o invencível sob o sol. Para os japoneses do século XIX, ele é o ideal, aqui o Inoue faz dele um personagem mais ambíguo.

A história é muito boa, mas é um mangá muito budista, então o mangá se preocupa mais com os acontecimentos do que deixar o narrador ou os personagens falarem sem parar.

Ah, outra coisa, o romance é baseado na vida do samurai. Miyamoto Musashi existiu, é o grande samurai do Japão mesmo, etc. Muitos dos personagens existiram mesmo. A questão do mangá aqui é que ele tá no meio do caminho entre o romance, os acontecimentos reais e a criação ficcional do Miyamoto Musashi. Por exemplo, o grande rival do Miyamoto, o Sasaki Kojiro, nesse mangá é surdo, enquanto na vida real e no romance não é. Para uma primeira leitura, não precisa saber de nada disso, mas vale a pena pesquisar depois de várias leituras.

A história é sobre a vida e o caminho da espada do Musashi para virar o grande samurai do Japão. Caminho no sentido tanto literal, qua tô metafórico, como os acontecimentos da vida dele, quanto caminho no sentido budista. É um mangá que leva a sério o zenbudismo e o Miyamoto Musashi tá o tempo todo, ou saindo na porrada, ou tendo a Realidade batendo na cara dele.

Para entrar mais no enredo: o personagem principal é o Miyamoto Musashi, filho de um famoso samurai decadente que, tendo a vida caindo em desgraça, foi morar na cidade de... Miyamoto, no interior. É desde a infância um rapaz violento, tanto que mata o primeiro homem aos 13 anos. Ele vai para a guerra junto de um amigo e o lado dele perde. É caçado pelo lado vencedor, chega a matar alguns homens, mas é salvo pelo Soho Takuan, que é um monge budista. O nome dele de batismo é outro, que eu não me lembro mais, mas o monge o rebatiza com o nome mais famoso pelo qual ele é conhecido. A partir daí, ele segue uma vida errante procurando adversários famosos para a luta de espadas, buscando se tornar o imbátivel sob o sol.
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