Rurouni Kenshin: Meiji Kenkaku Romantan - Tsuioku Hen

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73 respostas neste tópico
 #41
(21/03/2017, 14:39)PaninoManino Escreveu: O segundo OVA nunca assisti, tinha cara de ser ruim.

Não precisa ver, não vale a pena.
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 #42
Review que escrevi anos atrás:

Rurouni Kenshin: Tsuiokuhen foi projetado como uma introdução à série de TV, tendo um clima pesado e realístico, privado de todo o humor e caracteristicas irreais da série de TV.

Esta série de OVA possui em enredo excelente que mostra mais do que simplesmente "como Kenshin adquiriu sua cicatriz". Sua rica história cobre cada aspecto do passado de Kenshin como retratado no mangá original. Certos nomes e terminologias usadas podem confundir espectadores não familiarizados com a história japonesa, mas não é nada que uma 2º observação da obra, não resolva. E apesar dos detalhes sangrentos em que os eventos da época são mostrados, Tsuiokuhen é mais uma história de amor do que de ação.

A qualidade técnica é elevada, com animação esplêndida. A arte-final é autêntica e exuberante. E a trilha sonora, composta por Iwasaki Taku é um deleite aos ouvidos, e adicionam muito ao clima de certas cenas. Encontrar qualquer coisa errada em Tsuiokuhen é uma tarefa difícil, mas pode ser dito que a integração da CG em alguns cenários parece deslocada , ainda que trabalhe bem em outras partes.

Rurouni Kenshin: Tsuiokuhen é uma obra prima que todos os fãs de anime devem ver.
2 usuários curtiram este post: Makoto-kun, Opeth
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 #43
Por causa desse ova q eu quero um remake de Kenshin, imagina só o original com essa animação. Coisa linda.
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 #44
(17/04/2017, 17:04)Ton Escreveu: Por causa desse ova q eu quero um remake de Kenshin, imagina só o original com essa animação. Coisa linda.

Mas o principal problema da obra original não é a animação e sim a filosofia do main.
De qualquer modo o TV disso foi um dos meus animes eternos favoritos.
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 #45
Escrever sobre Tsuiokuhen e fazer justiça ao quanto eu gosto da obra é uma coisa que eu acabo de perceber que é absurdamente difícil para mim. Os ovas são sensacionais e reinam junto com Os 7 Samurais do Kurosawa não só como uma de minhas histórias de samurai preferidas, mas como uma de minhas obras preferidas no geral, se tornando uma coisa à parte em vez de um pedaço de Rurouni Kenshin.

A comparação é essencial não só por serem histórias de samurai narradas com respeito à época e por Kurosawa ser o mais importante cineasta japonês, que certamente influenciou esse anime, mas acima de tudo por se tratar de uma tragédia. Uma das mais antigas formas de drama popularizadas por Shakespeare, que Kurosawa adaptou mais de uma vez. Um de seus filmes, Ran, é basicamente Macbeth em forma de história de samurai.

Tsuiokuhen é igualmente Shakesperiano e, apesar da estrutura simples, é contado com uma maturidade e tom que atingem um ponto que pouquíssimas tragédias alcançam a meu ver: Ser um drama e não melodrama. A exemplo, Clannad, que gosto muito, é extremamente melodramático e por mais que o anime e a direção sejam bons, o melodrama das músicas e do enredo tornam muito fácil tirar sarro do todo.

Eu uso muito esses termos subjetivos como "tom" e "maturidade" assumindo que todo mundo está entendendo e sem elaborar, mas aqui cabe o comentário. Como o diretor atinge essa maturidade e do que se trata esse tom?

A maturidade está em saber respeitar o assunto abordado. A proposta de Tsuiokuhen é contar a origem do Battousai e justificar sua escolha de, após a guerra, nunca mais matar. Para isso, é preciso que ele saiba ao final não só respeitar a vida, como pagar o preço do assassinato. Assim, nada de banalizar morte ou lutas com falso realismo. Para o drama funcionar, a história precisa ter os pés no chão e não quebrar sua suspensão de descrença com malabarismos impossíveis ou personalidades estereotipadas. Esse é o ponto em que o mangá tropeça mais.
 
A estrutura de tragédia funciona especialmente nesse caso pela proposta ser cármica. Ela começa em morte e termina em morte. Há uma jogada sensacional do enredo no fato de que enquanto nas tragédias convencionais essa morte é seguida pela do herói ou algo similar de irremediável, como insanidade, a tragédia que abate Kenshin é por sua vez o gatilho para evolução e uma bela mensagem se comparada a essas outras histórias onde as coisas só se ferram e você por vezes não consegue se emocionar porque não sobra ninguém pra carregar o fardo. Aqui, a morte funciona como um gatilho da redenção: A Tomoe marca Kenshin com a segunda cicatriz não por odiá-lo, mas por perdoá-lo. É uma explicação para a origem de um símbolo icônico da franquia não como uma marca de ódio como se esperava, mas como o perdão que segue esse ódio que todos esperavam ser a justificativa. Isso conseguiu me assombrar com a série pelo resto da vida. Eu não consigo olhar para esse detalhe no rosto do personagem sem pensar na Tomoe e relembrar Tsuiokuhen, e é pelos motivos corretos. A origem da cicatriz é emocionante.

Quanto ao tom, se a jornada fosse puramente sofrida, os episódios seriam desagradáveis, mas não são. Se fossem puramente ação, o peso do assassinato reduziria. Em vez disso, a obra assume seu tempo nas tomadas e se permite momentos mais contemplativos para desenvolvimento de personagens, isso tudo sem ficar cansativo e a culpa disso, acredito, é o fato de que os OVAs são constantemente marcados por uma sensação de tensão e insegurança: O Kenshin que dorme com a katana à mão e que ataca instintivamente a Tomoe quando ela vem trazer um cobertor, as sombras que refletem os pensamentos dos personagens como na cena em que o Kenshin simula matar a Tomoe (que também funciona como foreshadow do final), ou a Tomoe constantemente apegada à adaga que planeja usar para matar o Kenshin.

Há certa beleza em como o anime integra o cenário seja para refletir o que os personagens sentem, seja para complementar a narrativa, como na paralaxe das árvores da floresta do OVA 4 que se fecham atrás da Tomoe como a impedir seu retorno enquanto ela avança rumo à sua morte, seja para expressar a pura passagem do tempo e mostrar que o casal está vivendo junto enquanto as estações se vão. Não precisamos de diálogo para saber como a relação dos dois avançou, mas não recebemos uma montagem fajuta mostrando os dois vivendo uma lua de mel. Muito ajuda que a trilha sonora é igualmente inesquecível nestes momentos, fazendo uso de fagotes e outros sopros de madeira que por serem graves em vez de agudos sustentam uma melodia triste sem torturar os ouvidos com gritos de "essa é a hora que você fica triste com a música", como comumente acontece se a trilha abusa de violinos e pianos para este fim. 

Talvez, como essa obra me fez perceber muito tempo atrás, o maior desafio de um escritor e de um diretor não seja pensar em uma história complexa cheia de reviravoltas imprevisíveis e questões complicadas. Talvez seja justamente o oposto. Seja criar uma história simples que puramente por ser tão bem executada atinge um patamar inesquecível.
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 #46
@rapier, só vale curtir se leu o texto todo em... HAHA!
brincadeiras a parte, já comecei a ler e com certeza termino hoje!
1 usuário curtiu este post: Opeth
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 #47
(17/04/2017, 20:15)gusyavoo Escreveu: @rapier, só vale curtir se leu o texto todo em... HAHA!
brincadeiras a parte, já comecei a ler e com certeza termino hoje!

ahhahahaha, os caras demoram 1 dia pra ler o post. Eu queria falar mais desse anime, mas ia ficar imenso, daí abordei tudo superficialmente em vez de postar imagens com exemplos. Tem vídeos no youtube que fazem análises mais profundas, mas com vídeo é mais fácil falar.
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 #48
(17/04/2017, 20:19)Opeth Escreveu: ahhahahaha, os caras demoram 1 dia pra ler o post. Eu queria falar mais desse anime, mas ia ficar imenso, daí abordei tudo superficialmente em vez de postar imagens com exemplos. Tem vídeos no youtube que fazem análises mais profundas, mas com vídeo é mais fácil falar.

Ficou bom de ler o texto, gostei muito de algumas colocações, parabéns pelo comentário.
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 #49
(17/04/2017, 20:15)gusyavoo Escreveu: @rapier, só vale curtir se leu o texto todo em... HAHA!
brincadeiras a parte, já comecei a ler e com certeza termino hoje!

É claro que eu li o texto inteiro. Ele editou o post dele baseado em coisas que vi no texto.
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 #50
O carinha desse OVA é o que chega mais próximo de matar o Kenshin, plano muito foda dele.

Jogar uma mulher na cara do baixinho que era imbátivel lutando, enfraquecer a alma dele para o serviço ficar fácil e ainda tem aqueles ninjas da floresta que contribuem para detonar mais os sentidos do kenshin.
1 usuário curtiu este post: Lonely
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