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(10/04/2024, 23:41)
JJaeger
(10/04/2024, 19:32)Lucius Auri Escreveu: É isso o problema? Simples: bota a distribuição de verba cultural para um "Tribunal Popular", composto de várias pessoas de ambos os espectros políticos (direita/esquerda/centro, etc...), democratizando a distribuição da verba para todos.
O problema desse pensamento é que qualquer solução que se tome dentro do estado vai ser modificado pra atender aos próprios interesses de quem já domina a máquina. Teoricamente, o Alexandre de Moraes está completamente dentro do seu papel democrático, representando o povo com maestria; discorda dele? Você pode enviar uma reclamação, a ser analisada por ele próprio, e ver no que vai dar. "Tribunal Popular" irá virar na prática o tribunal de maconheiros da USP, que segundo o artigo 5º da lei Paulo Cássio interpretada pelo juiz Arlequino, representa todos os trabalhadores.
E outra falha nesse pensamento é achar que distribuição de verba significa algo. Não tem nada que o Estado lhe dê que não tenha lhe tirado antes. Se você quer realmente incentivar a cultura, não ter um órgão público responsável por isso e deixar que as próprias pessoas interessadas cuidem dessa área é a melhor opção.
(10/04/2024, 19:32)Lucius Auri Escreveu: O problema da verba ir só para "fumador de maconha" é que as pessoas dos outros espectros políticos/culturais, no geral, não correm atrás de criar "massa crítica intelectual" que ocupe os campos acadêmicos e culturais para exigir sua "fatia do bolo", no geral, só cruzam os braços, e dizem que "Humanidades" é coisa inútil.
Humanidades é coisa inútil. Filosofia não me faz ganhar dinheiro a menos que eu vire um professor de filosofia. Quem tem tempo de estudar isso a sério geralmente é playboy de apartamento sustentado pelos pais ou maconheiro que acha isso um barato e não se importa de viver como um mendigo.
Na antiguidade quem se preocupava com questões intelectuais era a Igreja e a nobreza, pois eles tinham dinheiro pra gastar (a Igreja recebia doações e a nobreza tinha suas terras), o trabalhador médio tem que colocar comida na mesa, pra ele pouco importa quem foi Sócrates, saber quem foi Jesus Cristo já é um privilégio.
(10/04/2024, 19:32)Lucius Auri Escreveu: Quanto ao campo cultural, isso não mudou no Estado Moderno. A Lei Rouanet e as universidades públicas de Humanidades estão aí para exemplificar isso.
Mudou, antes o campo cultural era administrado pelo clero (que tinham interesse no assunto), hoje isso é feito por burocratas.
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M3troid
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(11/04/2024, 14:53)
Lucius Auri
(10/04/2024, 23:41)JJaeger Escreveu: O problema desse pensamento é que qualquer solução que se tome dentro do estado vai ser modificado pra atender aos próprios interesses de quem já domina a máquina. Teoricamente, o Alexandre de Moraes está completamente dentro do seu papel democrático, representando o povo com maestria; discorda dele? Você pode enviar uma reclamação, a ser analisada por ele próprio, e ver no que vai dar. "Tribunal Popular" irá virar na prática o tribunal de maconheiros da USP, que segundo o artigo 5º da lei Paulo Cássio interpretada pelo juiz Arlequino, representa todos os trabalhadores.
E outra falha nesse pensamento é achar que distribuição de verba significa algo. Não tem nada que o Estado lhe dê que não tenha lhe tirado antes. Se você quer realmente incentivar a cultura, não ter um órgão público responsável por isso e deixar que as próprias pessoas interessadas cuidem dessa área é a melhor opção.
Bom, o problema desse pensamento é dizer que a máquina estatal está "naturalmente" garantida para abusadores e tiranos, que quem busca Política é naturalmente um abusador, que os que estão na "base" devem aceitar uma postura de submissão automática e entregar os pontos sem nem mesmo lutar, e que essa postura faz você ser uma "boa pessoa". A História tem farta documentação para demonstrar que existem estadistas bons e ruins, e que luta popular para disciplinar o topo tem efeito; mas, obviamente, não é algo rápido, nem imediato, exige pensamento e atitudes de longo prazo.
(10/04/2024, 23:41)JJaeger Escreveu: Humanidades é coisa inútil. Filosofia não me faz ganhar dinheiro a menos que eu vire um professor de filosofia. Quem tem tempo de estudar isso a sério geralmente é playboy de apartamento sustentado pelos pais ou maconheiro que acha isso um barato e não se importa de viver como um mendigo.
Na antiguidade quem se preocupava com questões intelectuais era a Igreja e a nobreza, pois eles tinham dinheiro pra gastar (a Igreja recebia doações e a nobreza tinha suas terras), o trabalhador médio tem que colocar comida na mesa, pra ele pouco importa quem foi Sócrates, saber quem foi Jesus Cristo já é um privilégio.
Isso é uma opinião sua, que é limitada. Humanidades, mais especificamente Filosofia, é a "Ciência das Ciências". Quanto ao Homem em si, só pelo estudo ético a Filosofia lhe traz as ferramentas necessárias para melhorar e aprimorar seu juízo sobre todas as coisas (Bem/Mal), o que é necessário para melhorar a eficiência e a produtividade da ação. Um juízo limitado é uma sabedoria limitada (Filosofia), logo gera perspectivas limitadas sobre todas as coisas, que se manifesta em ações limitadas. Filosofia é essencial, diria até mais que religião, pois ela nem sequer é dogmática, fanática (apego irracional à uma verdade) e preconceituosa, pois ela é a ciência que questiona tudo, antes de buscar as poucas pérolas de verdade e certezas na "vastidão da incerteza e ignorância" da Realidade, que está em constante transformação. A Filosofia te ensina a ser um eterno investigador de toda a Realidade, e por isso ela é a base de toda outras Ciências (que nasceram justamente dela, com seu método investigativo). Um exemplo: fora os trabalhos de Aristóteles sobre Humanidades, também o método científico Ocidental foi criado por ele, e o ponto de partida das Ciências Naturais. Quem é da área científica, e pretende ter eficiência de alto nível, vai esbarrar em algum ponto em Filosofia da Ciência (se não for a matéria em si, uma boa parte dos conceitos básicos dela). O fato de ter uma Filosofia de esquerda, que usa as verbas para "fumar maconha" (e isso ainda é certa parte da esquerda, que é uma esquerda liberal; tem a esquerda "linha-dura" que é orientada ao marxismo clássico, e tem repulsa por isso), isso não invalida o fato de que a Filosofia tem várias vertentes (dezenas!) e que a Filosofia não começou sua história com gente "fumando maconha". O tópico de Humanidades deve ser incentivado, pois o Homem precisa "Conhecer a si mesmo" para se orientar na existência; essa é a função das Humanidades. E "Conhecer a si mesmo" nunca estará fora de moda, pois sempre o Homem está querendo melhorar a si mesmo na busca do Bem.
(10/04/2024, 23:41)JJaeger Escreveu: Mudou, antes o campo cultural era administrado pelo clero (que tinham interesse no assunto), hoje isso é feito por burocratas.
Também por burocratas, mas a classe religiosa continua a fazer seu papel. E isso não é defeito: dar aos civis a oportunidade de discutir tópicos sobre Humanidades é democratizar o acesso qual é a função do Homem, o que busca (Bem/Mal) e sua finalidade (o que ele deve fazer), coisa que antes era relativamente um monopólio dos "poderosos". Isso é muito bom, pois ao estudar sobre as idéias, você perceberá que, no final, o que você pensa na realidade é quase sempre o que alguém já pensou...no fim, o seu juízo sobre as coisas na realidade é de outra pessoa que colocou isso na sua cabeça. Obviamente, isso estimula a pessoa a "Conhecer a si mesma" e ser "dona de si mesma", o que é fundamental para se ter liberdade e independência sobre o que decide interiormente e sobre o que faz também. Isso também impede de ser mandado por juízo de pessoas que você discorda e fazer o seu caminho.
Isso é basicamente o que o Estado deve fazer mesmo, dito nessa frase: “O melhor governo é aquele que nos ensina a governar a nós mesmos.” (Goethe)
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(11/04/2024, 15:20)
JJaeger
11/04/2024, 15:20
(Resposta editada pela última vez 11/04/2024, 15:24 por JJaeger.)
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(11/04/2024, 14:53)Lucius Auri Escreveu: Bom, o problema desse pensamento é dizer que a máquina estatal está "naturalmente" garantida para abusadores e tiranos, que quem busca Política é naturalmente um abusador, que os que estão na "base" devem aceitar uma postura de submissão automática e entregar os pontos sem nem mesmo lutar, e que essa postura faz você ser uma "boa pessoa". A História tem farta documentação para demonstrar que existem estadistas bons e ruins, e que luta popular para disciplinar o topo tem efeito; mas, obviamente, não é algo rápido, nem imediato, exige pensamento e atitudes de longo prazo.
"Ponerologia: psicopatas no poder", livro de Andrew Lobaczwiski (polonês que viveu sob o regime nazi e comuna) fala disso. Na política pública a psicopatia é recompensada, a honestidade não. Apenas os piores chegam ao poder.
(11/04/2024, 14:53)Lucius Auri Escreveu: Isso é uma opinião sua, que é limitada. Humanidades, mais especificamente Filosofia, é a "Ciência das Ciências". Quanto ao Homem em si, só pelo estudo ético a Filosofia lhe traz as ferramentas necessárias para melhorar e aprimorar seu juízo sobre todas as coisas (Bem/Mal), o que é necessário para melhorar a eficiência e a produtividade da ação. Um juízo limitado é uma sabedoria limitada (Filosofia), logo gera perspectivas limitadas sobre todas as coisas, que se manifesta em ações limitadas. Filosofia é essencial, diria até mais que religião, pois ela nem sequer é dogmática, fanática (apego irracional à uma verdade) e preconceituosa, pois ela é a ciência que questiona tudo, antes de buscar as poucas pérolas de verdade e certezas na "vastidão da incerteza e ignorância" da Realidade, que está em constante transformação. A Filosofia te ensina a ser um eterno investigador de toda a Realidade, e por isso ela é a base de toda outras Ciências (que nasceram justamente dela, com seu método investigativo). Um exemplo: fora os trabalhos de Aristóteles sobre Humanidades, também o método científico Ocidental foi criado por ele, e o ponto de partida das Ciências Naturais. Quem é da área científica, e pretende ter eficiência de alto nível, vai esbarrar em algum ponto em Filosofia da Ciência (se não for a matéria em si, uma boa parte dos conceitos básicos dela). O fato de ter uma Filosofia de esquerda, que usa as verbas para "fumar maconha" (e isso ainda é certa parte da esquerda, que é uma esquerda liberal; tem a esquerda "linha-dura" que é orientada ao marxismo clássico, e tem repulsa por isso), isso não invalida o fato de que a Filosofia tem várias vertentes (dezenas!) e que a Filosofia não começou sua história com gente "fumando maconha". O tópico de Humanidades deve ser incentivado, pois o Homem precisa "Conhecer a si mesmo" para se orientar na existência; essa é a função das Humanidades. E "Conhecer a si mesmo" nunca estará fora de moda, pois sempre o Homem está querendo melhorar a si mesmo na busca do Bem.
No dia que meu pai, pintor e pedreiro, conseguir botar comida na mesa com filosofia eu venho aqui e lhe digo: realmente, falei bobagem. Até lá continuo firme na minha posição.
Você deve conhecer um conceito chamado "divisão do trabalho", não cabe à meu pai, um homem simples que vai a igreja toda semana e gosta de pescar nos feriados, saber quem diabos foi Diógenes; este ofício cabe ao intelectual, não ao camponês. Se todo mundo tivesse que saber de todas as áreas, ninguém faria nada da vida; é por isso que a divisão de trabalho existe.
Pro filósofo todo mundo tem que estudar filosofia pois ela é a base de tudo. Pro matemático todo mundo tem que estudar matemática pois é a linguagem universal. Pro escritor todos devem estudar português pois é a língua de uso cotidiano. Pro médico todos deveriam ter conhecimento amplo de dieta, saúde e virologia pois a saúde é absoluta. Pro programador todos deveriam aprender programação pois é a linguagem franca da era moderna. Etc.
Toda área vai querer puxar a sardinha pro seu lado.
(11/04/2024, 14:53)Lucius Auri Escreveu: Também por burocratas, mas a classe religiosa continua a fazer seu papel. E isso não é defeito: dar aos civis a oportunidade de discutir tópicos sobre Humanidades é democratizar o acesso qual é a função do Homem, o que busca (Bem/Mal) e sua finalidade (o que ele deve fazer), coisa que antes era relativamente um monopólio dos "poderosos". Isso é muito bom, pois ao estudar sobre as idéias, você perceberá que, no final, o que você pensa na realidade é quase sempre o que alguém já pensou...no fim, o seu juízo sobre as coisas na realidade é de outra pessoa que colocou isso na sua cabeça. Obviamente, isso estimula a pessoa a "Conhecer a si mesma" e ser "dona de si mesma", o que é fundamental para se ter liberdade e independência sobre o que decide interiormente e sobre o que faz também. Isso também impede de ser mandado por juízo de pessoas que você discorda e fazer o seu caminho.
Civil toma cerveja e assiste futebol, não discute humanidades. Você deve conhecer uma frase de Sócrates que diz algo do tipo "80% das pessoas são escravas pela própria natureza", a maioria das pessoas não ligam pra filosofia, muito menos pra tópicos complexos, elas vivem e morrem segundo suas vocações pessoais, que na maioria das vezes são mundanas, simples.
Se a sua preocupação realmente é "democratizar" a discussão. Livros e internet já naturalmente distribuem conhecimento, não precisa de um maconheiro da USP pra isso; pior ainda, não precisa de um maconheiro da USP financiado pelo meu dinheiro pra isso.
(11/04/2024, 14:53)Lucius Auri Escreveu: Isso é basicamente o que o Estado deve fazer mesmo, dito nessa frase: “O melhor governo é aquele que nos ensina a governar a nós mesmos.” (Goethe)
Os meus pais já me ensinaram isso, pastores ou padres também lhe ensinam se você for na igreja. Eu confio mais nos meus pais, pois eles querem o meu bem ativamente, do que num "governante".
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(11/04/2024, 19:18)
Lucius Auri
(11/04/2024, 15:20)JJaeger Escreveu: "Ponerologia: psicopatas no poder", livro de Andrew Lobaczwiski (polonês que viveu sob o regime nazi e comuna) fala disso. Na política pública a psicopatia é recompensada, a honestidade não. Apenas os piores chegam ao poder.
Alexandre O Grande, Napoleão, Júlio César, Getúlio Vargas, Theodore Roosevelt, Marco Aurélio, César Augusto, João VI, Ricardo Coração de Leão...são iguais à um Calígula, Nero, Elizabeth Bathory ou Stalin, estadistas comprovadamente desequilibrados? Há um óbvio exagero aí.
(11/04/2024, 15:20)JJaeger Escreveu: No dia que meu pai, pintor e pedreiro, conseguir botar comida na mesa com filosofia eu venho aqui e lhe digo: realmente, falei bobagem. Até lá continuo firme na minha posição.
Você deve conhecer um conceito chamado "divisão do trabalho", não cabe à meu pai, um homem simples que vai a igreja toda semana e gosta de pescar nos feriados, saber quem diabos foi Diógenes; este ofício cabe ao intelectual, não ao camponês. Se todo mundo tivesse que saber de todas as áreas, ninguém faria nada da vida; é por isso que a divisão de trabalho existe.
Pro filósofo todo mundo tem que estudar filosofia pois ela é a base de tudo. Pro matemático todo mundo tem que estudar matemática pois é a linguagem universal. Pro escritor todos devem estudar português pois é a língua de uso cotidiano. Pro médico todos deveriam ter conhecimento amplo de dieta, saúde e virologia pois a saúde é absoluta. Pro programador todos deveriam aprender programação pois é a linguagem franca da era moderna. Etc.
Toda área vai querer puxar a sardinha pro seu lado.
Más nóticias então: a Filosofia "bota comida na mesa", pois diz que o Homem deve buscar o Bem (ou a Virtude). E a Industriosidade e Diligência são Virtudes para se exercer o trabalho e criar coisas; pois a meta do Homem é transformar as Virtudes, ou o Divino, que está na sua alma, em algo concreto, ou "divinizar a matéria", e isso só se dá com as Virtudes do trabalho (Industriosidade, Diligência) que a Filosofia recomenda.
E não se precisa ser um especialista necessariamente para se discutir sobre Filosofia: quem busca o Bem (Virtude) e quer um juízo e perspectiva forte sobre as coisas que lida no dia-a-dia já está dentro dos "tópicos" de Filosofia, mesmo com que com opiniões básicas e que partem do senso comum. Assim como não é necessário ser padre ou pastor para se buscar as coisas da alma e do Divino.
Quanto à Filosofia em si como trabalho: existem três trabalhos, o trabalho do corpo, o trabalho da mente, e o trabalho da alma. A Filosofia tem enfoque no trabalho da alma e da mente, apesar de que no fim, ela também trabalhe no corpo, pois o corpo é o "recipiente" da alma e da mente. Dito isso, trabalhos da alma, que podem ser tanto religiosos quanto filosóficos, são por natureza, relativamente abnegados (não se espera uma dependência de retorno na lógica de recompensa ou "ganhos ou perdas" com esse tipo de trabalho. Ou como dizem os sábios: almas superiores estão para além de recompensas ou castigos, perdas ou ganhos, ou até satisfação de necessidades. Ou seja, você tem que ser uma boa pessoa, que busca o Bem (Virtude), independente dessas condições faladas na frase. Logo, trabalho sobre alma (ou mais especificamente de ética) tem que ser naturalmente abnegado, pois como alguém vai aconselhar sobre ética com obssessão com bens materiais e circunstâncias externas (que está sempre em constante mudança, e, portanto, não dá para apoiar ética sobre isso)? Isso só mostraria que ele é fraco por dentro, e não tem competência para dar conselhos sobre questões da alma (ou sobre ética e caráter).
E Filosofia (e todos as profissões que trabalham sobre a alma, portanto), não deixam de serem um trabalho, apesar de ser um trabalho específico, que não necessita de retornos ou "ganhos ou perdas", por sua própria natureza "desapegada". Essa visão de que trabalho só é trabalho se der "retorno" (garantias materiais, dinheiro) é a visão preconceituosa do Liberalismo (capitalismo), que diz que se não tem garantias de retorno materiais, não pode ser trabalho. E é ainda mais engraçado isso, quando se verifica que o Liberalismo é uma teoria filosófica (John Locke) e a economia capitalista foi elaborada por intelectuais (David Ricardo, Adam Smith, etc...).
A Filosofia também não proibe o dinheiro, só diz para ter uma relação adequada com ele: buscar só o necessário e suficiente com ele, evitando os excessos (ganância), que geram vícios na alma.
(11/04/2024, 15:20)JJaeger Escreveu: Civil toma cerveja e assiste futebol, não discute humanidades. Você deve conhecer uma frase de Sócrates que diz algo do tipo "80% das pessoas são escravas pela própria natureza", a maioria das pessoas não ligam pra filosofia, muito menos pra tópicos complexos, elas vivem e morrem segundo suas vocações pessoais, que na maioria das vezes são mundanas, simples.
Se a sua preocupação realmente é "democratizar" a discussão. Livros e internet já naturalmente distribuem conhecimento, não precisa de um maconheiro da USP pra isso; pior ainda, não precisa de um maconheiro da USP financiado pelo meu dinheiro pra isso.
Se as pessoas discutem e interagem entre si e até consigo mesmas, seja com coisas sagradas, seja com coisas de entretenimento (ou até profanas), buscando o Bem para si e para os outros, isso em si já é elas discutirem Humanidades, mesmo que no nível de compreensão e necessidades delas. Como disse acima, você não precisa necessariamente ser especialista em Filosofia para discutir ela, pois o objeto da Filosofia (Sabedoria) todos buscam para si, para se "humanizar".
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(11/04/2024, 19:56)
PaninoManino
"Nova Receita" do Doritos, 30% menos.
Mesmo preço.
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(11/04/2024, 20:08)
Dreamsettler
11/04/2024, 20:08
(Resposta editada pela última vez 13/04/2024, 12:54 por Dreamsettler.)
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(11/04/2024, 19:56)PaninoManino Escreveu: "Nova Receita" do Doritos, 30% menos.
Mesmo preço.
E é para agradecer pela "generosa" manutenção do preço.
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(11/04/2024, 20:17)
M3troid
(11/04/2024, 19:56)PaninoManino Escreveu: "Nova Receita" do Doritos, 30% menos.
Mesmo preço.
Isso por zero real ainda tá caro.
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(11/04/2024, 21:28)
firms
(11/04/2024, 19:56)PaninoManino Escreveu: "Nova Receita" do Doritos, 30% menos.
Mesmo preço.
Só no Brasil, terra de ninguém, essa porra é o olho da cara.
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(11/04/2024, 21:46)
JJaeger
11/04/2024, 21:46
(Resposta editada pela última vez 11/04/2024, 23:17 por JJaeger.)
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(11/04/2024, 19:18)Lucius Auri Escreveu: Alexandre O Grande, Napoleão, Júlio César, Getúlio Vargas, Theodore Roosevelt, Marco Aurélio, César Augusto, João VI, Ricardo Coração de Leão...são iguais à um Calígula, Nero, Elizabeth Bathory ou Stalin, estadistas comprovadamente desequilibrados? Há um óbvio exagero aí.
Getúlio Vargas se matou, ele foi um doente narcisista até no fim da vida. Existem níveis de psicopatia, cada um se desenvolve a medida que o meio permite. Getúlio Vargas foi um psicopata na medida que o Brasil permitiu ele ser, o mesmo se aplica aos outros personagens. Um psicopata rodeado de homens comuns não consegue maximizar sua psicopatia, se ele é rodeado de homens fracos/manipuláveis, ele consegue se projetar melhor. E perceba a frase "apenas os piores chegam ao poder", o pior homem do morro da rocinha não é igual ao pior homem de Tjuvholmen em Oslo, contextos diferentes geram pessoas diferentes.
(11/04/2024, 19:18)Lucius Auri Escreveu: Más nóticias então: a Filosofia "bota comida na mesa", pois diz que o Homem deve buscar o Bem (ou a Virtude). E a Industriosidade e Diligência são Virtudes para se exercer o trabalho e criar coisas; pois a meta do Homem é transformar as Virtudes, ou o Divino, que está na sua alma, em algo concreto, ou "divinizar a matéria", e isso só se dá com as Virtudes do trabalho (Industriosidade, Diligência) que a Filosofia recomenda.
E não se precisa ser um especialista necessariamente para se discutir sobre Filosofia: quem busca o Bem (Virtude) e quer um juízo e perspectiva forte sobre as coisas que lida no dia-a-dia já está dentro dos "tópicos" de Filosofia, mesmo com que com opiniões básicas e que partem do senso comum. Assim como não é necessário ser padre ou pastor para se buscar as coisas da alma e do Divino.
Eu me refiro estritamente a filosofia enquanto campo de estudo especializado. Se você pôr dessa forma, todos são matemáticos, afinal, fazemos aritmética cotidianamente. Todos são escritores, pois mandamos mensagens no whatsapp. Todos são futebolistas, pois sabemos chutar uma bola de borracha, etc. Não é uma forma útil de se analisar a situação. Filosofia, enquanto campo de trabalho, não bota comida na mesa a não ser que você queira ser um professor, frustrado, de filosofia.
Toda a discussão sobre isso se iniciou na questão do papel de "incentivo" do Estado no estudo de humanas, filosofia sendo usada apenas como exemplo. Sobre o papel fundamental da filosofia, bom, como já disse isso antes, podemos puxar pra qualquer área; a visão é enviesada de acordo com o especialista em cada assunto. Eu posso lhe escrever alguns parágrafos do porquê eu acho que você e todos os brasileiros deveriam aprender a programar em Lisp.
(11/04/2024, 19:18)Lucius Auri Escreveu: Quanto à Filosofia em si como trabalho: existem três trabalhos, o trabalho do corpo, o trabalho da mente, e o trabalho da alma. A Filosofia tem enfoque no trabalho da alma e da mente, apesar de que no fim, ela também trabalhe no corpo, pois o corpo é o "recipiente" da alma e da mente. Dito isso, trabalhos da alma, que podem ser tanto religiosos quanto filosóficos, são por natureza, relativamente abnegados (não se espera uma dependência de retorno na lógica de recompensa ou "ganhos ou perdas" com esse tipo de trabalho. Ou como dizem os sábios: almas superiores estão para além de recompensas ou castigos, perdas ou ganhos, ou até satisfação de necessidades. Ou seja, você tem que ser uma boa pessoa, que busca o Bem (Virtude), independente dessas condições faladas na frase. Logo, trabalho sobre alma (ou mais especificamente de ética) tem que ser naturalmente abnegado, pois como alguém vai aconselhar sobre ética com obssessão com bens materiais e circunstâncias externas (que está sempre em constante mudança, e, portanto, não dá para apoiar ética sobre isso)? Isso só mostraria que ele é fraco por dentro, e não tem competência para dar conselhos sobre questões da alma (ou sobre ética e caráter).
E Filosofia (e todos as profissões que trabalham sobre a alma, portanto), não deixam de serem um trabalho, apesar de ser um trabalho específico, que não necessita de retornos ou "ganhos ou perdas", por sua própria natureza "desapegada". Essa visão de que trabalho só é trabalho se der "retorno" (garantias materiais, dinheiro) é a visão preconceituosa do Liberalismo (capitalismo), que diz que se não tem garantias de retorno materiais, não pode ser trabalho. E é ainda mais engraçado isso, quando se verifica que o Liberalismo é uma teoria filosófica (John Locke) e a economia capitalista foi elaborada por intelectuais (David Ricardo, Adam Smith, etc...).
A definição de trabalho que eu uso, e provavelmente a maioria das pessoas usam ao empregar essa palavra, é: se requer esforço e me dá dinheiro é trabalho, se requer esforço e não dá dinheiro é passatempo ou caridade.
Vamos por dessa forma: nem todos são caridosos o suficiente pra estudar filosofia enquanto campo de estudo especializado a sério a menos que tenham isso como passatempo.
(11/04/2024, 19:18)Lucius Auri Escreveu: A Filosofia também não proibe o dinheiro, só diz para ter uma relação adequada com ele: buscar só o necessário e suficiente com ele, evitando os excessos (ganância), que geram vícios na alma.
Cristianismo, Budismo, Shintoísmo, Macumba, etc também dizem isso. Religião é religião e cada um tem a sua.
(11/04/2024, 19:18)Lucius Auri Escreveu: Se as pessoas discutem e interagem entre si e até consigo mesmas, seja com coisas sagradas, seja com coisas de entretenimento (ou até profanas), buscando o Bem para si e para os outros, isso em si já é elas discutirem Humanidades, mesmo que no nível de compreensão e necessidades delas. Como disse acima, você não precisa necessariamente ser especialista em Filosofia para discutir ela, pois o objeto da Filosofia (Sabedoria) todos buscam para si, para se "humanizar".
Perfeito. Não precisa tirar o meu dinheiro e entregar pro maconheiro da USP discutir isso então, todos já fazem de graça.
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