[Opeth]

Terminei isso hoje no netflix. No geral eu gostei. O anime é bem executado e dirigido. A trilha sonora é decente, animação ficou ótima mesmo sendo 3D. O anime cai numas armadilhas ruins pra mim de ficar em cima do muro entre abordar ou não o desejo dos carnívoros com conotação sexual. Vários aspectos tanto na mise-en-scene quanto no roteiro deixam muito claro a intenção de misturar esses aspectos, daí o cara simplesmente ter que ir lá e reprimir a vontade de comer a Haru porque ele é "bonzinho" e salvar ela dos Leões estupradores já que ela é uma donzela em perigo só reforça uns estereótipos bem tóxicos que o anime teria condição de discutir se fosse mais honesto com esse aspecto da abordagem.

[juno]

Completei isso aqui hoje... tem todos os eps na Netflix. Posso dizer que foi um anime que me surpreendeu em vários aspectos.

Personagens bons, animação bem feita (e em em CG!), história que mistura elementos do slice of life num mundo antropomórfico, onde carnívoros e herbívoros convivem em paz (em tese). Nesse mundo é um pecado sem tamanho a alimentação carnívora... então os animais com esse instinto estão o tempo todo tentando reprimi-lo (Impossível não fazer um paralelo com o veganismo/vegetarianismo irl).

A história é sobre Legoshi, um lobo que odeia seu lado predador. Ele se apaixona por uma coelha anã.
A coelha, Haru, sofre bullying por parte das meninas da escola... mas a surpresa é que toda essa perseguição é pq a Haru realmente pega geral todos os machos. Digamos que a Haru tem esse comportamento pq é o único momento que ela não se sente frágil.
O anime tem outros personagens bem interessantes tbm, como o Rouis, a Juno, o panda terapeuta.

Mas o cerne da história é trabalhar o relacionamento entre o Legoshi e a Haru, que tem aquele viés de "amor impossível".

Eu gostei do anime no geral, mas o arco final de "salve a donzela" estragou um pouco.

[Vicious]

Terminei isso hoje no netflix. No geral eu gostei. O anime é bem executado e dirigido. A trilha sonora é decente, animação ficou ótima mesmo sendo 3D. O anime cai numas armadilhas ruins pra mim de ficar em cima do muro entre abordar ou não o desejo dos carnívoros com conotação sexual. Vários aspectos tanto na mise-en-scene quanto no roteiro deixam muito claro a intenção de misturar esses aspectos, daí o cara simplesmente ter que ir lá e reprimir a vontade de comer a Haru porque ele é "bonzinho" e salvar ela dos Leões estupradores já que ela é uma donzela em perigo só reforça uns estereótipos bem tóxicos que o anime teria condição de discutir se fosse mais honesto com esse aspecto da abordagem.

"esteriótipos tóxicos"

Bom, se aspectos da própria natureza humana são tóxicos pra você, é porque talvez sejam mesmo, mas eles não irão mudar. 

E a abordagem da série é metafórica. Não teria porque ser muito diferente.

[Opeth]

"esteriótipos tóxicos"

Bom, se aspectos da própria natureza humana são tóxicos pra você, é porque talvez sejam mesmo, mas eles não irão mudar. 

E a abordagem da série é metafórica. Não teria porque ser muito diferente.

Se causa mal a alguém é tóxico sim, é simples a questão. Passar pano em estupro é só ruim. Não tem mérito nisso. É uma questão de coragem no argumento pra abordar os temas com que eles flertam. Em vez de varrer pra baixo do tapete, é problematizar aquilo que você escolhe mostrar. Se o tema é adulto ou polêmico, mais motivo ainda pra fazer com seriedade. Algumas das melhores ficções pra mim são as que trataram desse assunto sem ter medo de discutir o que tá apresentando, como Laranja Mecânica ou, num exemplo japonês, Saya no Uta, que é um jogo totalmente errado tematicamente, mas que funciona como uma investigação nos aspectos de depravação que aborda, sem romantizar os personagens como heróis. Representação de herói salvando a princesa indefesa é só o que tem na mídia, não agrega nada e é uma fantasia de poder masculina que pra mim é coisa de moleque de 12 anos. Por que será que a primeira coisa que eles fazem depois que ele salva ela é ir pro motel e tentar transar? É o "prêmio" do cara por ser tão bonzinho e se controlar pra não comer ela. 

Os leões terem que ficar fazendo exposição justificativa pro espectador com falas do tipo "Eu só vou te deixar pelada pra te humilhar, não é nada sexual" é o tipo de falta de coragem em abordar o assunto de que tô falando. Mas maturidade vem com o tempo, tu parece ser novo aqui e eu ando atarefado e cansado demais pra discutir nos últimos anos. Só postando minha opinião mesmo como tava devendo uns tópicos. Bem-vindo ao fórum.

[Vicious]

Se causa mal a alguém é tóxico sim, é simples a questão. Passar pano em estupro é só ruim. Não tem mérito nisso. É uma questão de coragem no argumento pra abordar os temas com que eles flertam. Em vez de varrer pra baixo do tapete, é problematizar aquilo que você escolhe mostrar. Se o tema é adulto ou polêmico, mais motivo ainda pra fazer com seriedade. Algumas das melhores ficções pra mim são as que trataram desse assunto sem ter medo de discutir o que tá apresentando, como Laranja Mecânica ou, num exemplo japonês, Saya no Uta, que é um jogo totalmente errado tematicamente, mas que funciona como uma investigação nos aspectos de depravação que aborda, sem romantizar os personagens como heróis. Representação de herói salvando a princesa indefesa é só o que tem na mídia, não agrega nada e é uma fantasia de poder masculina que pra mim é coisa de moleque de 12 anos. Por que será que a primeira coisa que eles fazem depois que ele salva ela é ir pro motel e tentar transar? É o "prêmio" do cara por ser tão bonzinho e se controlar pra não comer ela. 

Os leões terem que ficar fazendo exposição justificativa pro espectador com falas do tipo "Eu só vou te deixar pelada pra te humilhar, não é nada sexual" é o tipo de falta de coragem em abordar o assunto de que tô falando. Mas maturidade vem com o tempo, tu parece ser novo aqui e eu ando atarefado e cansado demais pra discutir nos últimos anos. Só postando minha opinião mesmo como tava devendo uns tópicos. Bem-vindo ao fórum.

Uma pessoa pode ter intolerância a lactose, mas isso não torna lactose uma toxina per se. Exemplo talvez literal demais, mas enfim, não necessariamente porque algo faz mal para alguém, que ele seja necessariamente tóxico. 

E estamos falando de metáforas, e não de casos reais. A metáfora tem liberdades criativas e pode ser feita de forma mais ou menos disfarçada. Ninguém está passando pano para estupros aqui ou mesmo o tema em si. Agora, o autor não é tóxico só porque ele é mais ou menos literal em sua abordagem.

[Opeth]

Uma pessoa pode ter intolerância a lactose, mas isso não torna lactose uma toxina per se. Exemplo talvez literal demais, mas enfim, não necessariamente porque algo faz mal para alguém, que ele seja necessariamente tóxico. 

E estamos falando de metáforas, e não de casos reais. A metáfora tem liberdades criativas e pode ser feita de forma mais ou menos disfarçada. Ninguém está passando pano para estupros aqui ou mesmo o tema em si. Agora, o autor não é tóxico só porque ele é mais ou menos literal em sua abordagem.

Falsa equivalência.

[rapier]

Representação de herói salvando a princesa indefesa é só o que tem na mídia, não agrega nada e é uma fantasia de poder masculina que pra mim é coisa de moleque de 12 anos.

Agrega bastante diversão pro público-alvo masculino, por isso que sempre tem em diversas mídias de países diferentes. Isso por si só é -1 problema.

O que eu vejo como real questionamento é por que inventam de fazer isso com donas fortes, que teriam a resistência mental ou física pra superarem sozinhas os eventos que levariam a tal rapto. E a Haru é mentalmente forte. Sei que na verdade usam isso pra N motivos como ryona ou tentar ainda mostrar a dona como indefesa, mas o anime podia ter começado a situação de formas mais criativas.

[Opeth]

Agrega bastante diversão pro público-alvo masculino, por isso que sempre tem em diversas mídias de países diferentes. Isso por si só é -1 problema.

O que eu vejo como real questionamento é por que inventam de fazer isso com donas fortes, que teriam a resistência mental ou física pra superarem sozinhas os eventos que levariam a tal rapto. E a Haru é mentalmente forte. Sei que na verdade usam isso pra N motivos como ryona ou tentar ainda mostrar a dona como indefesa, mas o anime podia ter começado a situação de formas mais criativas.

Exato, e veja que eu não disse que o anime era ruim também lá em cima. Tem a questão de responsabilidade de mídia que sempre me atento criticamente como produtor de conteúdo, mas nesse caso aqui foi só mais um exemplo de falta de coragem e escrita preguiçosa. Tematicamente, Kojika ou Koi Kaze são outras obras questionáveis que eu gostei, pois acho que ficção tem capacidade de problematizar ou te expor a situações onde você pode pensar sobre algum assunto, como o clássico Lolita do Kubrick por exemplo, tu não vai me ver falar mal de um anime que sabe o que quer ser, tipo sei lá, Qwaser, eu posso gostar ou desgostar ou achar que a ideia é problemática ou péssima, mas ao menos a abordagem é honesta. Essa cena aqui, por sua vez, foi só ruim.

[Vicious]

A equivalência não vale, mas o fato da série de valer de metáforas ainda permite liberdade criativa.

Porém, eu vou dizer que concordo, mas por razões diferentes, que teria sido mais interessante se essas metáforas de cunho sexual com o desejo carnívoro fossem mais específicas e claras do que foram. Acho que outros também pensam parecido.

[Cascada]

Ouvi falar bem das animações 3d do Orange e só comecei a assistir por isso.
Não achei muita novidade em nada do roteiro, mas trabalharam muito bem os personagens e isso, além da animação, que me motivou a continuar: Acompanhar a evolução do Legosi, descobrir a verdade sobre a Haru e suas motivações, a astúcia e passado do Louis... e o panda (Gouhin) que achei fofo demais pra ser um psicólogo tão sério.
No geral o anime foi bom pra passar o tempo, mas pra segunda temporada tem que ter algo a mais na história pra animar a assistir.