28/01/2020, 14:49 |
Comecei Adolf ni Tsugu, do Tezuka. Pesquisando a respeito, descobri que o mangá foi publicado semanalmente em uma revista comum, não em uma antologia de mangás.
Eram publicadas cerca de 10 páginas por semana, o que explica, em partes, a narrativa imensamente prazerosa da obra: o esquema é de folhetim, com pequenas, médias e grandes reviravoltas acontecendo o tempo inteiro dentro de cada capítulo. As cenas são pequenas unidades narrativas, pois se estruturam em torno de algum conflito central muito bem delineado e em geral bem desenvolvido. Isso faz com que o desfecho de cada cena soe de fato como uma conclusão satisfatória ao que foi apresentado e aprofundado.
Para além dos aspectos mais técnicos, estou gostando bastante do modo como o Tezuka levanta reflexões sobre a identidade japonesa. Me deu até vontade de pesquisar sobre como se deu esse processo de construção de identidade nacional durante o pós-guerra. Por exemplo, sei "por alto" que rolou um certo esforço para maquiar as atrocidades cometidas pelo exército japonês, mas Tezuka fez questão de esfregar isso na cara do leitor nesta obra. Me parece que ele tinha uma visão ao mesmo tempo otimista e pessimista (talvez realista?) da identidade japonesa nesse período.
Enfim, mangá muito bom até aqui. Recomendo a leitura.
Eram publicadas cerca de 10 páginas por semana, o que explica, em partes, a narrativa imensamente prazerosa da obra: o esquema é de folhetim, com pequenas, médias e grandes reviravoltas acontecendo o tempo inteiro dentro de cada capítulo. As cenas são pequenas unidades narrativas, pois se estruturam em torno de algum conflito central muito bem delineado e em geral bem desenvolvido. Isso faz com que o desfecho de cada cena soe de fato como uma conclusão satisfatória ao que foi apresentado e aprofundado.
Para além dos aspectos mais técnicos, estou gostando bastante do modo como o Tezuka levanta reflexões sobre a identidade japonesa. Me deu até vontade de pesquisar sobre como se deu esse processo de construção de identidade nacional durante o pós-guerra. Por exemplo, sei "por alto" que rolou um certo esforço para maquiar as atrocidades cometidas pelo exército japonês, mas Tezuka fez questão de esfregar isso na cara do leitor nesta obra. Me parece que ele tinha uma visão ao mesmo tempo otimista e pessimista (talvez realista?) da identidade japonesa nesse período.
Enfim, mangá muito bom até aqui. Recomendo a leitura.