Eu acho Psycho-pass brilhante mais pelo o que está presente nas sutilezas do que na estrutura romanesca que a série segue. Isso é importante ser destacado, o visual fujoshi e a história policial estão mais em uma funcionamento para certas reflexões do que como objetivo primário. Psycho-pass é um entretenimento que tenta entregar outras coisas para além da diversão. Isso faz com que o embate entre o Kogami e o Makashima seja mais profundo do que parece a primeira vista.
Primeiro é preciso definir o ambiente da obra. O enredo começa com a escolha pouco usual da protagonista - que está dentro de uma sociedade utópica de caráter tecnocrata, onde o sistema tecnológico é numera toda a convivência humana, seus resultados e etc, e define o caminho que a população deve percorrer. A protagonista poderia ser muitas coisas,mas decide entrar no submundo do sistema - o lugar que se mantem escondido: o crime. A Akane age durante a primeira parte série de forma equilibrada - como se fosse uma observadora, como nós telespectadores. As ações são monopolizadas pelo Kogami e pelo vilão. As ações da Akane só ocorrem depois que tomada a consciência do mundo que vive, após olhar para o sistema prisional, é que ela vai agir. Ela olha para o abismo, e este a olhando de volta, ela decide agir. E qual é obscuridade do sistema? Ele não é tão racional, não é tão seguro e é um sistema ditatorial que está, aproveitando-se da conformidade da massa, se apropriando cada vez mais da sociedade e tomando decisões cada vez maiores na esfera pessoais das pessoas (incluindo sugestões de parceiros para casamento!). Há, portanto, uma discussão sobre até que ponto a tecnologia pode e deve convergir na socialização humana.
E essa é a discussão que o vilão da obra irá se apropriar. Makashima surge na obra como Moriarty, é o vilão que quer levar o sistema em seu limite e utiliza das pessoas para conseguir seu objetivo. O antagonista trabalha intelectualmente e os seus subordinados também. Todos são espécies de revolucionários anarquistas: em uma sociedade totalmente racionalizada, a única forma de ação revoltosa é o puro nilismo e o assassinato. Se pegarmos a lista de livros citados em PP (https://www.goodreads.com/list/show/1172...sycho_Pass), a bibliografia passa pelo pós-colonialismo marxista (Fanon), a utopia iluminista (Rousseau), o anarquismo nietzschianiano (Foucault), utilitarismo (Bentham), o estudo das massas no século XX (Ortega y Gasset), livros de revolucionários, livros que teorizam o crime e livros sobre sci-fi em geral. Há, portanto, uma discussão profunda por meio do pensamento político moderno e até clássico, com Platão.
Só que contrário ao antagonista, os dois protagonistas partem de lugares diferentes. A Akane é uma reformadora - ela não luta contra o sistema, mas compreendendo seu limite, evita que ele tome todo o controle e tende a crer em uma ação individual (em seus olhos) mais em consideração do que em acreditar no sistema. O Kogami é aquele que está em busca do seu inimigo, aquele que matou seu amigo, e que pouco se importa com o sistema. É ele que entende intelectualmente o Makashima, mas é a Akane é quem conseguem evitar a revolução do vilão, decidindo manter o sistema, mas de forma vigiada - trazendo a si o conceito de indivíduo de volta.
É isso que eu me lembro da série e só.
Primeiro é preciso definir o ambiente da obra. O enredo começa com a escolha pouco usual da protagonista - que está dentro de uma sociedade utópica de caráter tecnocrata, onde o sistema tecnológico é numera toda a convivência humana, seus resultados e etc, e define o caminho que a população deve percorrer. A protagonista poderia ser muitas coisas,mas decide entrar no submundo do sistema - o lugar que se mantem escondido: o crime. A Akane age durante a primeira parte série de forma equilibrada - como se fosse uma observadora, como nós telespectadores. As ações são monopolizadas pelo Kogami e pelo vilão. As ações da Akane só ocorrem depois que tomada a consciência do mundo que vive, após olhar para o sistema prisional, é que ela vai agir. Ela olha para o abismo, e este a olhando de volta, ela decide agir. E qual é obscuridade do sistema? Ele não é tão racional, não é tão seguro e é um sistema ditatorial que está, aproveitando-se da conformidade da massa, se apropriando cada vez mais da sociedade e tomando decisões cada vez maiores na esfera pessoais das pessoas (incluindo sugestões de parceiros para casamento!). Há, portanto, uma discussão sobre até que ponto a tecnologia pode e deve convergir na socialização humana.
E essa é a discussão que o vilão da obra irá se apropriar. Makashima surge na obra como Moriarty, é o vilão que quer levar o sistema em seu limite e utiliza das pessoas para conseguir seu objetivo. O antagonista trabalha intelectualmente e os seus subordinados também. Todos são espécies de revolucionários anarquistas: em uma sociedade totalmente racionalizada, a única forma de ação revoltosa é o puro nilismo e o assassinato. Se pegarmos a lista de livros citados em PP (https://www.goodreads.com/list/show/1172...sycho_Pass), a bibliografia passa pelo pós-colonialismo marxista (Fanon), a utopia iluminista (Rousseau), o anarquismo nietzschianiano (Foucault), utilitarismo (Bentham), o estudo das massas no século XX (Ortega y Gasset), livros de revolucionários, livros que teorizam o crime e livros sobre sci-fi em geral. Há, portanto, uma discussão profunda por meio do pensamento político moderno e até clássico, com Platão.
Só que contrário ao antagonista, os dois protagonistas partem de lugares diferentes. A Akane é uma reformadora - ela não luta contra o sistema, mas compreendendo seu limite, evita que ele tome todo o controle e tende a crer em uma ação individual (em seus olhos) mais em consideração do que em acreditar no sistema. O Kogami é aquele que está em busca do seu inimigo, aquele que matou seu amigo, e que pouco se importa com o sistema. É ele que entende intelectualmente o Makashima, mas é a Akane é quem conseguem evitar a revolução do vilão, decidindo manter o sistema, mas de forma vigiada - trazendo a si o conceito de indivíduo de volta.
É isso que eu me lembro da série e só.