Finalmente terminei Evangelion, incluíndo os três filmes do Rebuild (até agora, bem inferior a NGE).
Uma obra maravilhosa, é o que tenho para dizer. Provavelmente não busco algo assim desde Shinsekai Yori.
Mais que qualquer coisa, Eva é uma obra focada nos seus personagens. Os momentos de introspecção aumentam conforme a obra avança, chegando ao ponto dos últimos dois episódios se desligarem totalmente da realidade. Alguns dos personagens principais precisam de sério apoio psicológico, são o inverso do esperado para uma obra de robôs.
Shinji não é o protagonista overpower que simplesmente monta em um robô e salva o mundo, ao invés disso ele é apenas uma criança passiva, tenta fungir de tudo para esconder sua carência e baixa autoestima. Misato inclusive comenta sobre a filosofia pessimista de Schopenhauer, o que é bastante pertinente não só para o Shinji quanto para a obra inteira, visto que a visão de mundo como sofrimento é compartilhada por vários personagens. Esse conceito é importante pois será trabalhado até o fim, e será partido na mensagem final.
Asuka não é uma tsundere, devido aos seus problemas durante a infância, ela apresenta comportamento narcisista, orgulhoso e demonstra falta de empatia (a ponto de não se importar com a morte do Shinji). Seu caso não é um esteriótipo clichê, e sim um problema psicológico sério que a leva a tentar cometer suícidio na reta final da obra, mas é impedida pela NERF e precisa ser mantida dopada.
Os episódios iniciais são aparentemente episódicos, mas eles servem como uma transição de mentalidade dos personagens. Nem sempre essa mudança parece positiva, como no caso da situação do Shinji, mas como a Misato disse é como um ciclo de felicidade vazia que se depara com a verdade/arrependimento e leva ao auto-ódio. Anda assim, as pessoas dão um passo a frente mesmo que não percebam.
Também me chamou atenção o quanto as cenas foram planejadas, além disso as partes de introspecção desenvolviam todos os personagens. Claro, com excessão dos últimos dois episódios que foram corridos, mas o filme The End of Evangelion (o "true end") pôs um fim nesse problema. Por falar no filme, EoE foi uma obra de arte do início ao fim. Me senti obrigado a assistir outra vez com uma raw melhor, o que me fez gostar ainda mais.
O filme 2.22 foi uma enorme decepção se comparado a série original, o rebuild não só mudou aspectos importantes da história, como destruiu os personagens em termos de personalidade e objetivos. Era evidente que mudanças iriam ocorrer devido as partes finais do filme 1.11, mas não esperava tamanha frustração.
Diversas cenas perderam a intensidade, e o desenvolvimento dos personagens foi bem fraco. Me recuso acreditar que essa Rei é a mesma Rei da obra original. Fanservice 2.22.
Asuka foi a personagem que mais me surpreendeu devido a todo fanservice forçado. Ela era uma total narcisista que raramente demonstrava empatia, uma total ironia as tsunderes... Mas se tornou uma total tsundere que se interessou pelo MC por motivo nenhum. Muito provavelmente alteraram o fato dela conhecer o Kaiji anteriormente para evitar as cenas onde no original ela se jogava em cima dele, japonês que gosta desse tipo de coisa não iria aguentar ver ela se jogando para outro homem.
A parte visual estava perfeita, uma pena pois foi tudo arruínado.
Não estava esperando muito de qualquer forma.
Ao contrário do filme anterior, 3.33 proporcionou o mesmo sentimento da série original em alguns momentos, especialmente nas cenas do Kaworu e Shinji, profundas e com direção incrível. Mas ainda assim, me senti bastante incomodado pelos personagens simplificados e genéricos em comparação ao original.
Bem, o que mais me irritou no 2.22 quando escrevi o comentário acima foi tudo indicar que a obra estava sendo alterada para se adequar a um novo público, as custas do sacrificio de NGE. Mas não é bem assim, após assistir o filme 3.33 pude abrir a mente novamente. Olhando por outra perspectiva, essa era justamente a intenção do rebuild, atingir e repassar a mensagem para outro público.
No fim 2.22 também apresentou uma mensagem bem pessimista, tanto quanto o 3.33, mas a esperança continua lá, nos breves minutos finais, por mais nonsense, cena cheia de significados.
O próximo filme irá se chamar 3.0+1.0, o que soa bastante interessante.
@enquete
Já tinha votado na Asuka desde a última vez que tentei assistir NGE, vou manter o voto.