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(07/04/2014, 02:01)
Zefiris
Diabos, agora que eu vi que a Rússia ainda depende da Ucrânia em vários pontos chave de sua indústria militar... Eu sabia que tinha alguma dependência, mas não tanto assim.
Do total das importações da Rússia, apenas 4,4% vêm da Ucrânia, mas são elementos vitais para seu poder militar; muitos dos quais não podem ser substituídos pela produção russa.
Os mísseis balísticos intercontinentais SS- 18 são concebidos e produzidos pela Yuzhmash em Dnepropetrovsk (localização: http://en.wikipedia.org/wiki/Dnipropetrovsk ). A manutenção dos SS -18 é regularmente feita por especialistas Yuzhmash. Dois outros sistemas de mísseis estratégicos (SS-25 e o SS- 19) são projetados e produzido por empresas russas , mas os sistemas de orientação inercial são projetados e produzidos na Ucrânia, com sede em um centro industrial de Kharkiv (Leste da Ucrânia). O SS-18, SS-19 e SS-25 atualmente representam cerca de 51% do inventário de armas nucleares estratégicas da Rússia. Além disso , cerca de 20% do urânio atualmente consumido pela indústria nuclear da Rússia, tanto para fins civis e militares, vem de Zholti Vody (fica na provincia ucraniana de Dnipropetrovsk. Localização: http://en.wikipedia.org/wiki/Dnipropetrovsk_Oblast ).
Desde tempos soviéticos, o programa de construção naval da Rússia fortemente dependia de motores de turbinas a gás e engrenagens produzidas em Mykolaiv (Sul da Ucrânia). E ainda tem uma dependência de 60% para produzir seus navios de superficie.
A força aérea russa também é extremamente dependente da indústria de defesa ucraniana. Empresas ucranianas produzem os mísseis ar-ar R-27 ( AA-10 Alamo ) bem como componentes do R-73 ( AA-11 Archer). Que representam boa parte dos mísseis usados pelos caças russos . Muitos dos sistemas auxiliares dos caças russos Su-27, Su-30, Su-34 e Su-35 também são feitos na Ucrânia. Em Zaporizhia (localização: http://en.wikipedia.org/wiki/Zaporizhia_Oblast ) está a produção dos motores a jato usados pelos transportes russos, incluindo o maior deles, o An-124 Ruslan. Bem como produz motores para praticamente todos os helicópteros russos. A Rússia até tem tentado diminuir a dependência destes motores para helicóptero, mas ainda não consegue atender a própria demanda.
Bem, simplesmente a Rússia precisa invadir e pegar o Leste/Sul da Ucrânia para si. Não menos importante, a rotação de tropas conscritas nas forças da Rússia deverá ocorrer nos próximos meses e causará uma perda substancial de eficácia do combate. Então Putin poderá esperar no máximo até as eleições ucranianas em 25 de maio para ver se o próximo governo eleito seria favorável aos seus interessses. E se não for, usar as tropas logo em seguida.
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(07/04/2014, 08:13)
Zefiris
Potenciais movimentos militares russos na Ucrânia e suas redistribuições:
Bem, parece que há basicamente 2 cenários passíveis de desenvolvimento.
O primeiro é fazer uso de agitação e pressões separatistas no Sul e Leste da Ucrânia, sejam reais ou fabricadas, e assim dividir o país em dois. As eleições presidenciais na Ucrânia em 25 de maio seriam acompanhas de algum tipo de eleição sombra de um presidente para a região que fica ao Sul e Leste do rio Dnieper. Um paralelo histórico seria a República Sérvia na Bósnia e Herzegovina ocorrido na década de 90; ao menos enquanto durou com entidade dissidente até 1995.
O segundo cenário seria o avanço das tropas russas que estão na fronteira. E neste cenário podemos subdividir em 2. No primeiro almejaria o completo controle de tudo o que estver a Sul/Leste do rio Dnieper. E no segundo avançaria pelas provincias de Odessa e Mykolaiv, assim criando um corredor contínuo entre a Transnístria, na Moldávia, e a Mãe Rússia. Todavia, isso representaria a apropriação de terras de outro estado independente (Moldávia) e seria um convite a trazer instabilidade para a Romênia. Este último cenário traria um nível de insegurança jamais visto na Europa durante a Guerra Fria.
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(07/04/2014, 09:33)
Zefiris
Os EUA vai acelerar a instalação do sistema anti-mísseis na Polônia:
http://www.defensenews.com/article/20140...ve-Forward
Bem, eu acho que os EUA já dá a Ucrânia como perdida e está se preparando para um cenário geopolítico distinto do atual.
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(07/04/2014, 15:42)
Zefiris
Bem, eu estava com preguiça de traduzir todo o texto que li sobre a dependência russa da Ucrânia, além de querer ver a opinião de gente da área, então passei os dados brutos para o editor de um site que deu uma polida e incremento no texto:
http://www.aereo.jor.br/2014/04/07/a-dep...ucraniana/
A conclusão foi:
"[...]Esta dependência militar russa em relação à produção ucraniana pode ser entendida de duas maneiras. Podemos supor que ela aumenta e incentiva [o presidente da Rússia Vladmir] Putin para encontrar uma solução pacífica em sua relação com a Ucrânia, e assim os suprimentos militares não serão interrompidos e a Rússia teria mais tempo para diminuir a sua crítica
dependência da produção ucraniana. Em função da anexação da Crimeia, parece que a dependência provavelmente não vai ser aliviada rapidamente pelos ucranianos.
Igualmente, no entanto, pode-se argumentar que, uma vez que a maioria das plantas militares em questão está no sul e no leste da Ucrânia, a tentação para apoiar uma divisão da Ucrânia ao longo do Rio Dnieper ou a criação de um corredor russo até a região da Transnistria, na Moldova será ainda maior. Sugerir cenários como estes para capturar a produção dessas plantas diversas seria uma maneira de atuação do século XIX em pleno século XXI. No entanto, mesmo estes cenários não podem ser descartados nas atuais circunstâncias."
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(07/04/2014, 19:47)
Zefiris
07/04/2014, 19:47
(Resposta editada pela última vez 07/04/2014, 19:52 por Zefiris.)
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Pelas informações desencontradas e algumas traduções falsas que rondam por aí, é possível especular que o serviço de inteligência russo voltou a espalhar contra-informação na internet. Bem, não estou com disposição de ficar cruzando dados e tentar decifrar a autenticidade das notícias internas da Ucrânia. Tirar umas férias do assunto e ir ver anime.
Em todo caso, a Ucrânia está a beira do precipício.
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(08/04/2014, 13:28)
TiagoSG
Rússia adverte que ações no leste da Ucrânia podem causar guerra civil
Rússia diz que tem informações sobre 'missão' ucraniana na região.
Provocação é uma enorme responsabilidade, diz governo russo.
Finalmente a desculpa veio a tona, pode ter guerra civil no leste, então vou invadir o leste também.
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(09/04/2014, 03:59)
Zefiris
09/04/2014, 03:59
(Resposta editada pela última vez 09/04/2014, 04:08 por Zefiris.)
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http://edition.cnn.com/2014/04/08/politi...p-ukraine/
"U.S. Navy ship to arrive in Black Sea by Thursday"
Um destróier da classe Arleigh Burke entrará no mar Negro. Bem, como o USS Donald Cook geralmente faz parte da Sexta Frota dos EUA, presumo que não deve haver significados ocultos por trás disso.
Mas diferente do USS Truxtun que esteve lá anteriormente, este agora tem capacidade de defesa contra mísseis balísticos. Nem todos os Arleigh Burke já passaram por upgrade para ter capacidade ABM.
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(09/04/2014, 10:47)
Zefiris
09/04/2014, 10:47
(Resposta editada pela última vez 09/04/2014, 11:25 por Zefiris.)
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Esta semana vi um vídeo curioso, mostrando rebeldes sírios usando a arma anti-tanque M-220 TOW. O que indica que algum Estado patrocinador está fornecendo um novo tipo de míssil guiado para eles.
Pesando cerca de 80 quilos, o M220 é relativamente pesado, o que limita a sua utilidade tática como arma insurgente, mas seus mísseis têm um alcance maior e ogivas mais eficazes do que a maioria dos sistemas de mísseis guiados anti-tanque contemporâneos. Podendo até mesmo inutilizar tanques usando blindagem ERA (Explosive Reactive Armour).
O sistema tem sido amplamente exportados, incluindo a Arábia Saudita e Turquia (que apoiam a oposição síria). Os militares do Catar e dos Emirados Árabes Unidos, os outros dois países do Golfo que se acredita ter fornecido armas aos insurgentes sírios, usam mísseis anti-tanque europeus (HOT e MILAN), ao invés de TOW.
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(12/04/2014, 23:16)
Zefiris
Existe a preocupação que a Coreia do Norte esteja tentando enviar velhos mísseis SA-2 para Cuba, refeitos com ogiva nuclear para fazer um ataque EMP na costa Leste dos EUA.
http://www.wnd.com/2014/04/dhs-study-nor...ck-on-u-s/
Bem, presumo que um ataque EMP no Leste dos EUA vai inutilizar uma parte significativa da internet...
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(13/04/2014, 00:16)
StayVK
(07/04/2014, 02:01)Zefiris Escreveu: Diabos, agora que eu vi que a Rússia ainda depende da Ucrânia em vários pontos chave de sua indústria militar... Eu sabia que tinha alguma dependência, mas não tanto assim.
Do total das importações da Rússia, apenas 4,4% vêm da Ucrânia, mas são elementos vitais para seu poder militar; muitos dos quais não podem ser substituídos pela produção russa.
Os mísseis balísticos intercontinentais SS- 18 são concebidos e produzidos pela Yuzhmash em Dnepropetrovsk (localização: http://en.wikipedia.org/wiki/Dnipropetrovsk ). A manutenção dos SS -18 é regularmente feita por especialistas Yuzhmash. Dois outros sistemas de mísseis estratégicos (SS-25 e o SS- 19) são projetados e produzido por empresas russas , mas os sistemas de orientação inercial são projetados e produzidos na Ucrânia, com sede em um centro industrial de Kharkiv (Leste da Ucrânia). O SS-18, SS-19 e SS-25 atualmente representam cerca de 51% do inventário de armas nucleares estratégicas da Rússia. Além disso , cerca de 20% do urânio atualmente consumido pela indústria nuclear da Rússia, tanto para fins civis e militares, vem de Zholti Vody (fica na provincia ucraniana de Dnipropetrovsk. Localização: http://en.wikipedia.org/wiki/Dnipropetrovsk_Oblast ).
Desde tempos soviéticos, o programa de construção naval da Rússia fortemente dependia de motores de turbinas a gás e engrenagens produzidas em Mykolaiv (Sul da Ucrânia). E ainda tem uma dependência de 60% para produzir seus navios de superficie.
A força aérea russa também é extremamente dependente da indústria de defesa ucraniana. Empresas ucranianas produzem os mísseis ar-ar R-27 ( AA-10 Alamo ) bem como componentes do R-73 ( AA-11 Archer). Que representam boa parte dos mísseis usados pelos caças russos . Muitos dos sistemas auxiliares dos caças russos Su-27, Su-30, Su-34 e Su-35 também são feitos na Ucrânia. Em Zaporizhia (localização: http://en.wikipedia.org/wiki/Zaporizhia_Oblast ) está a produção dos motores a jato usados pelos transportes russos, incluindo o maior deles, o An-124 Ruslan. Bem como produz motores para praticamente todos os helicópteros russos. A Rússia até tem tentado diminuir a dependência destes motores para helicóptero, mas ainda não consegue atender a própria demanda.
Bem, simplesmente a Rússia precisa invadir e pegar o Leste/Sul da Ucrânia para si. Não menos importante, a rotação de tropas conscritas nas forças da Rússia deverá ocorrer nos próximos meses e causará uma perda substancial de eficácia do combate. Então Putin poderá esperar no máximo até as eleições ucranianas em 25 de maio para ver se o próximo governo eleito seria favorável aos seus interessses. E se não for, usar as tropas logo em seguida. Véio, suas pesquisas são muito foda, são show! Queria saber o porquê de tamanho barulho, pois sempre rola lance comercial nessas "invasões para salvar o povo", e ta aí... A mesma história se repetindo eternamente. Só pra lembrar as mais recentes: Busch filho volta pro Iraque, divide o país em 5 partes e por ''coincidência'' coloca ex-generais da época do pai pra administrar o petróleo... Na Líbia, ninguém sabe como os rebeldes ficaram tão bem armados, e quando tomaram um porto que exportava petróleo logo em seguida já venderam um petroleiro cheinho pra Itália e outro pra França, claro que tudo acabou logo depois de um belo susto que os Eua deram na capital. Na Costa do Marfim, a França super legal deu a independência pros caras, mas por coincidencia houve uma revolta no dia seguinte e por sorte eles ainda tinham as forças armadas por lá, tão la ainda... O Egito e a Síria, deixem que queimem. Esses caras querem mesmo que volte a época das colonizações de extrativismo e a OTAN fica de enfeite pra todo mundo ficar bem na fita. O Putin é malandrão, acho que vai ganhar comissão nessas barreiras anti-misseis também. E se resolverem vir pra cá... Caipirinha e mulatas neles, pois acho que tudo que da antiga Engesa já virou pó lá no Iraque. @ Zefiris continue nos iluminando nesses assuntos bélicos.
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