Estou rindo aqui ao observar que há direitos humanos querendo processar a Rússia por crimes de guerra na Síria. Os russos não são santos, mas esses abutres seletivos dos direitos humanos muito menos. Enojante essa corja de falsos moralistas.
Tem aparecido umas coisinhas estranhas nos veiculos blindados sírios e até mesmo em caminhonetes carregando canhões ZSU-23. Como os russos são pioneiros no uso de APS (active protection system) em tanques (a primeira geração surgiu na época que os russos invadiram o Afeganistão), pode ser algo do tipo, ou uma variação passiva que tenha o objetivo de interferir na guiagem ótica dos mísseis como o BGM-71 TOW disparados contra o veiculo. Obviamente o equipamento tenta dar uma cobertura de 360 graus.
Os turcos andaram dizendo que não permitiram os voos de reconhecimento russos - sob o contexto do tratado Open Skies - porque não se chegou um acordo sobre a rota dos mesmos.
Ladainha pura e simples. Não se trata de negociar a rota do avião de reconhecimento. Se um país quer ver região X, o outro país signatário do tratado não pode simplesmente dizer não. Pois trata-se de anunciar a rota e o outro simplesmente "Tudo bem, vá em frente". E os turcos simplesmente se fizeram ausentes da reunião que iria falar dos detalhes.
Por sua vez, a OTAN não faz nenhum comentário a respeito dessa novela turco-russa. Só observa.
Então tudo bem em deixar os rebeldes sem oposição?
Situações drásticas requerem medidas igualmente drásticas, e não medidas paliativas como ficar empurrando o problema para o futuro. Pois se não encarar os problemas hoje, amanhã será pior. Quem garante que o hoje não seria pior caso os russos não tivesse intervido de forma pungente na região?
Ficar fugindo dos efeitos colaterais em busca de uma solução perfeita é uma utopia nociva; ou mera propaganda política.
O Ministério de Defesa russo deu o balanço geral da operação aérea na Síria entre os dias 4 e 11 de fevereiro. Foi atacado 1.888 alvos nas provincias sírias de Alepo, Latakia, Hama, Homs, Daraa, Hasakah, Raqqa e Deir ez zor. Se destacando:
- 3 colunas de veículos em Al-Qaryatyn (Homs). Foi destruído 9 veículos pesados com munição, e cerca de 40 rebeldes foram mortos.
- Posição fortificada em Al-Ghariyah (Daraa). 2 blindados destruídos. Ataque feito por caças Su-34.
E se salienta que está havendo deserções em massa entre os rebeldes perto de Aleppo.
Outro dado significativo é que no dia 8 de fevereiro, o governo e os rebeldes negociaram a rendição da base de Etbaa na província de Daraa. Os rebeldes cessaram a resistência e entregaram suas armas.
Paralelo a isso, o coronel americano Steve Warren, porta-voz do Pentágono, afirmou que a aviação russa atacou 2 hospitais na zona de Aleppo.
Mas o porta-voz russo disse que Steve Warren não forneceu nenhuma evidência para a sua afirmação. Literalmente nada. Dizendo que essa informação absurda veio de uma ONG com sede na Grã-Bretanha. E que no dia do suposto ataque russo, 2 aviões A-10 americanos, vindos da Turquia, atacaram 9 alvos em Aleppo. É quando o russo se torna irônico e se pergunta se entre os 9 alvos atacados, havia 2 hospitais.
Essa classe de navios carregam o míssil de cruzeiro Kalibr, já usado em outras ocasiões na Síria. Então não seria de se espantar que nos próximos dias veremos notícias relacionadas a ele. Ainda mais considerando a charge emblemática na página da noticia:
Foto da corveta Zeleny Dol passando hoje pelo estreito de Bósforo:
É basicamente um navio focado em guerra anti-superfície. Sua capacidade anti-aérea é limitada e basicamente para auto-defesa. E sem capacidade anti-submarina.
Bem, navios com deslocamento de até 1.000 toneladas tem baixa autonomia, então não é suposto que essas corvetas adquiram o hábito de trabalhar longe da costa russa e da cobertura aérea de suas bases terrestres.
A titulo de curiosidade, nos primórdios da Guerra Fria, a marinha soviética deu grande ênfase a mísseis superfície-superfície. E esses ganharam destaque quando, em 1967, o destróier israelense Eilat foi afundado por mísseis SS-N-2 Styx de fabricação soviética. Embora em 1973, na guerra de Yom Kippur, esses mísseis já não surtiam mais efeito contra os israelenses.