O Crivella andou culpando o aquecimento global pelo excesso de chuva no RJ:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/no...nto-global
Ladainha pura e simples. 500 anos de aquecimento global antropogênico?
Segundo o historiador brasileiro Luiz Antônio Simas (
https://twitter.com/simas_luiz ), o Padre Anchieta já se espantava com fortes chuvas que alagavam o Rio na década de 1570.
A invasão dos piratas franceses de René Duguay-Trouin que sequestraram a cidade em 1711 se deu no meio de temporal.
A enchente de 1811 é talvez a mais lendária da cidade. Recebeu até nome: enchente das "Águas do monte". Morreu gente, desabou parte das muralhas da Fortaleza de S. Sebastião. D. João mandou abrirem todas as igrejas para acolher desabrigados. Parte do Morro do Castelo desabou.
Em 1864 os cariocas apelidaram outra enchente: foi a "chuva de pedra", com granizos e os cacetes. A cidade ficou debaixo d´água, casas caíram, igrejas foram destelhadas, bois boiavam. Machado de Assis, nascido em 1839, conta que nunca se esqueceu do dilúvio.
O historiador Vieira Fazenda cita uma enchente que acabou com uma procissão de quarta-feira de cinzas e destruiu a cidade em 1854. Fala de um dilúvio que em 1897 destruiu uma festa no Itamaraty e arrasou parte do centro.
Olavo Bilac fala, daquele jeitão dele, "das ruas transformadas em rios, as praças, mudadas em lagoas, os bondes metamorfoseados em gôndolas, - e homens e cachorros nadando, como peixes, pela vasta extensão das águas derramadas”. Isso foi em 1904, ano da reforma Passos.
Lima Barreto tem talvez a mais famosa crônica sobre enchentes na cidade, de 1915. Lima acusou Pereira Passos diretamente: "O prefeito Passos, que tanto se interessou pelo embelezamento da cidade, descurou completamente de solucionar esse defeito do nosso Rio. "
Em 1906, parte dos morros da Gamboa, Santa Teresa e Santo Antônio foram arrasados pelas águas. O Mangue transbordou. Em 1924, parte do São Carlos veio abaixo. Marques Rebelo citou enchentes bíblicas em suas crônicas.
Em janeiro de 66 uma enchente deixou mais de 250 mortos e 50 mil desabrigados. Em janeiro de 67 ocorreu o deslizamento em Laranjeiras que arrasou uma casa e dois edifícios e matou mais de 200. A família de Paulinho Rodrigues, irmão de Nelson Rodrigues e Mário Filho, morreu.
A enchente de fevereiro de 88 deixou 289 mortos e quase 30 mil desabrigados. Os desfiles das campeãs foi cancelado na Sapucaí. A lista é infinda.