Outro que abstenho o voto,
Gostei bastante da construção do conflito moral entre o Shirou do futuro (Archer) e o Shirou do presente (Fate UBW).
Em
Fate Zero, o que marcou foi o episódio da
reunião de reis:
Por um lado, tem os reis pagãos, que se orientam através de hierarquia e autoridade; eles são bons e tem poder, logo devem ser respeitados, reverenciados e servidos, porque quem tem o poder pode o fazer o bem de forma melhor que alguém fraco. Seu governo se centra neles (culto a personalidade), pois são como "deuses encarnados" (isso fica mais evidente no Gilgamesh). O próprio Rider fala isso em um ponto para a Saber.
Enquanto isso, a Saber já tem um senso mais cristão do que seria autoridade, aquele que doa mais que os outros (caridade) é que deve comandar; o pastor que se sacrifica pelas ovelhas (
Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos. Mateus 20:28), indo ao contrário do sentido de autoridade do Rider e do Gilgamesh, que querem ser servidos. Um senso de autoridade, que não enxerga os comandados "por cima", mas como seus iguais. A autoridade é mais como um conselheiro, do que alguém que manda (aqui tem o pensamento igualitário do cristianismo também), e o governo não é centrado em si (culto a personalidade), mas para o povo (Saber fala de seu povo constantemente). Tudo isso se reflete na Saber: ela sempre se pega constantemente pensando que não "
se doou o bastante" para o seu povo. Esse conflito dela inclusive é o plot de fundo de todo o
Fate S/N também.
Obs: o autor provavelmente deve ter estudado um pouco sobre sociedades e culturas, antes de construir o universo de Fate (bem sucedido).