04/06/2024, 03:14
(Resposta editada pela última vez 04/06/2024, 03:17 por Lucius Auri.)
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(03/06/2024, 18:43)JJaeger Escreveu: Se pá o Nelson Rodrigues deve ter uma fala dessas sobre liderança, mas falando sobre brasileiros.
O desafio do brasileiro é ser oportunista, mas não indiscriminado. Amigo, mas não comprometido. Mulherengo, mas não casado. Inadimplente, mas não mendigo. Ter um sonzão no Celta, mas não bom gosto. E por último, possuir um 38, mas sem ser legalizado.
Ri alto aqui. Mas tipo, isso aí é só um pessimismo exagerado sobre o brasileiro médio, o que descreveu aí tá parecendo algum personagem caricato de comédia de TV (tipo o Boça ou o Joselito do Hermes & Renato). Se fosse comparar o brasileiro médio à alguma obra de ficção, seria com algo mais "normal", tipo os personagens da série A Grande Familia: o Lineu, que é o trabalhador certinho e tendência a ser conformista; o Agostinho, que é um trabalhador mais "trambiqueiro" (mas sem trambicagens ilegais ou que dê cana) e boêmio mas gente boa; e o Tuco, que é o símbolo do jovem adulto médio, que tem opiniões genéricas e empregos genéricos (mas se acha especial). Tinha também o Sai de Baixo, que tinha o Caco Antíbes como o "trambiqueiro" se fingindo de rico, as empregadas engraçadas e o Vavá, que era o trabalhador honesto. O Brasil não é dividido entre "trabalhador mané" e "trambiqueiro bem-sucedido", na realidade até as pessoas honestas são astutas (como no Tropa de Elite, em que os policiais "do bem" passam o rodo nos corruptos embolsando a propina dos esquemas deles para investir nas viaturas). E há mais "Capitães Nascimentos" do que se vê por aí, é só procurar bem. As pessoas boas e competentes do Brasil não precisam de "reconhecimento público" (aliás, em alguns casos preferem até ficar anônimos mesmo) para reconhecerem o seu valor e serem competentes no que fazem de melhor. Particularmente não gosto do Olavo de Carvalho, mas uma das coisas que ele sabia avaliar de fato é o valor de uma pessoa (e o dele também), por isso que ele, entre outras coisas, ficou "popular" e "chique" depois da ascensão do Bolsonaro, que alavancou um público que estava sedento por alguém que desse originalidade e competência no campo do pensamento e das idéias.