08/10/2020, 18:59 |
(08/10/2020, 18:34)Zefiris Escreveu: Anos atrás cheguei a comentar a respeito. Colar o texto aqui:
Existia uma característica que distinguia a Polônia de todos os seus vizinhos da Europa Oriental durante a era soviética: a força da Igreja Católica no país.
Mas esse baluarte de oposição ao socialismo só sobreviveu ao período stalinista graças à firmeza do cardeal Stefan Wyszynski ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Stefan_Wyszynski ). Antes de ser preso, Wyszynski negociara com o governo stalinista um amplo acordo no qual assumia vários acordos importantes. Por exemplo, concedendo às autoridades o direito de veto nas indicações para os altos cargos da Igreja.
Embora criticado por muitos católicos poloneses na época, foi exatamente essa mistura de disposição ao compromisso e intransigência em questões essenciais que permitiu à Igreja sobreviver intacta aos dias mais negros. Wyszynski observara cuidadosamente o modo como a Igreja havia sido golpeada em outros países da Europa Oriental e concluiu que o mais importante era a preservação das estruturas institucionais: seus edifícios, seminários e ordem religiosa. Se as fundações pudessem ser preservadas, ele pensava, a superestrutura religiosa poderia ser reconstituída em tempos melhores.
Os eventos subsequentes parecem ter justificado seus cálculos. As autoridades desistiram de adotar contra a Igreja a política de terror usada por Stalin na década de 1930 na União Soviética, pois temiam que talvez rompesse definitivamente os frágeis laços que as uniam ao povo.
Isso se deve ao fato que a religião na Polônia era praticada intensamente e sua mistura com o patriotismo era tão íntima e antiga que era quase impossível separá-los. E embora a Polônia não tenha sido o único país no qual o fenômeno do comunismo fortaleceu o cristianismo, o paradoxo foi mais evidente lá. Sendo que Lech Wałęsa ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Lech_Wa%C5%82%C4%99sa ) uma vez comentou:
"Se você olhar o que nós, poloneses, temos nos bolsos, então vai notar que o comunismo fez muito pouco por nós. Mas, se olhar para aquilo que está em nossas almas, acho que poderá perceber que o comunismo fez muito por nós. De fato, nossas almas contêm exatamente o oposto do que eles desejariam: queriam que não acreditássemos em Deus, e nossas igrejas estão lotadas; queriam que fôssemos materialistas e incapazes de sacrifício, e nós somos antimaterialistas e capazes de nos sacrificar; queriam que tivéssemos medo dos tanques, dos canhões, e, ao contrário, nós não os tememos absolutamente."
Muito legal, não sabia. O Corção conta na introdução do livro como os dominicanos franceses trouxeram para o Brasil as ideias comunistas, que já existiam na Europa e que terá como consequência o Concílio Vaticano II, e transformaram o Brasil num polo comunista. A coisa aqui no Brasil foi rápida, começa nos anos 30 com Lebret https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Louis-Joseph_Lebret até esse estado no qual citei no post anterior. O mais doido é que antes desse processo, o povo era católico no sentido comum. Imagino que isso tem a ver, provavelmente, com a mania do brasileiro de achar que se é atual e faz sucesso na Europa, com toda certeza é verdadeiro. Um show de estupidez.