08/07/2017, 00:23 |
Não sei se esse filme é tão merecedor do karma de filme que redimiu a DC nos cinemas. Não é um filme ruim, mas na minha opinião ele não é uma bandeira positiva de exemplo para todos os outros que virão. Não digo que é um mau filme, até porque ele conta a história da Diana de uma forma simples, os diálogos são bem mastigados e as cenas de batalha tem coordenação melhor que a do filme Batman vs Superman. No entanto, assim como a série da Supergirl, o filme conversa mais com um público específico, inverte os papéis nas piadas (principalmente nas de conotação sexual) e tem comentários bem pontuais sobre coisas que estão enraizadas na sociedade por muito tempo e não são abordadas por outros pontos de vista.
Agora, vamos analisar a qualidade de produção do filme em si. A DC tem um problema sério que vem desde os quadrinhos. Tudo é grandioso demais, poético, narrado de forma a transformar os personagens principais em deuses do Olimpo. Dói dizer isso, mas nem mesmo o Batman, que não possui poderes, escapa de se tornar o ápice do homem comum. Até aí tudo bem, mas aí entra um ponto no qual a DC falha miseravelmente, mostrando uma fraqueza enorme: os vilões.
Antes de voltar pro filme, pense nos vilões já mostrados desde o Batman do diretor Christopher Nolan. Sei que não é nada justo começar pelos filmes dele, já que a abordagem dele é mais psicológica, lidando com o terror que os vilões provocam em seus inimigos.
Também não é justo pedir que a DC tente reproduzir Coringas como o do Heath Ledger, até porque essa identificação de ator e atriz com o personagem não é nada fácil. Mas não parece que as soluções encontradas para acabar com os vilões ficaram fáceis demais?
Também não é justo pedir que a DC tente reproduzir Coringas como o do Heath Ledger, até porque essa identificação de ator e atriz com o personagem não é nada fácil. Mas não parece que as soluções encontradas para acabar com os vilões ficaram fáceis demais?
O Zod foi eliminado depois de todo o conflito do Superman consigo mesmo na forma ele usaria seus poderes. A briga entre Batman e Superman acaba numa parte tão pífia que transforma algo que parecia sério em comédia, piada. O vilão da Mulher-Maravilha também não foi surpreendente. Sei que a mitologia grega já não é grande coisa desde God of War I, mas eu senti que o personagem aparece em tela como muito menos peso do que poderia ter. David Thewlis é um bom ator, quem assistiu a terceira temporada de Fargo viu o quão bem ele pode atuar. Mas no filme ele foi um tanto ridículo, mal aproveitado.
Novamente, não estou criticando o viés feminista do filme, até porque o filme não apela tanto para este lado, até porque eu senti o mesmo está marcando uma certa transição entre a educação sobre gêneros forçada. Mas tanto a DC quanto a Marvel sabem o quanto o gênero quadrinhos assemelha-se ao western. Ou seja, desgasta muito rápido, não é tão fácil de se trabalhar com toda a adaptação ao público atual, ao tirar toda aquela sexualidade exacerbada e arcos com magnitudes além da compreensão do público comum.
Eu senti que Mulher-Maravilha podia ter trabalhado mais com o vilão e dado mais tempo para a Gadot entrar mais na personagem, não somente encaixá-la no físico perfeito. Isso não salvou o Henry Cavill de ser um Superman tão confuso. A DC ainda pode melhorar, mas precisa descer do pedestal.
Eu senti que Mulher-Maravilha podia ter trabalhado mais com o vilão e dado mais tempo para a Gadot entrar mais na personagem, não somente encaixá-la no físico perfeito. Isso não salvou o Henry Cavill de ser um Superman tão confuso. A DC ainda pode melhorar, mas precisa descer do pedestal.